A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira o pacote de gastos de quase US$ 2 trilhões em educação, saúde e contra mudanças climáticas do presidente norte-americano, Joe Biden, denominado <i>Build Back Better Act</i>.
Apesar de os republicanos estarem unidos contra a legislação – que para eles trará mais inflação e desacelerará o crescimento – o pacote conseguiu 220 votos a favor, dois a mais que o número mínimo para a aprovação, contra 213 contrários. Agora, a votação segue para o Senado norte-americano, onde os Democratas têm maioria mínima.
Por isso, na avaliação do Citibank, o processo será mais difícil na Casa e, desta forma, o projeto final sofrerá alterações antes de passar, ou não, para a sanção do presidente Joe Biden. "As licenças remuneradas serão eliminadas pelo senador democrata, Joe Manchin, a seção de imigração será eliminada pelo parlamentar e o teto de dedutibilidade de impostos estaduais e locais será vinculado à receita", prevê o banco.
Biden e outros líderes de seu governo disseram que o pacote de investimentos se pagaria por si mesmo, em grande parte por meio de aumentos de impostos sobre as grandes corporações ricas e empresas que fazem negócios no exterior.
Republicanos afirmam que a legislação prejudicaria uma economia já atormentada pela inflação, concederia incentivos fiscais a alguns contribuintes ricos e tornaria o governo maior e mais intrusivo. A visão da oposição à Casa Branca é compartilhada por alguns democratas considerados moderados.
"Embora vejamos a aprovação como mais provável, o risco é que as negociações se estendam até o próximo ano e/ou que a versão do Senado seja desagradável para os progressistas da Câmara e o projeto não seja aprovado – um cenário que vemos como cerca de 30% provável", completa o Citi.
Entre os principais pontos da versão do pacote aprovada pela Câmara, estão a garantia universal de escolaridade a crianças de 3 a 4 anos; redução de 7% nos custos para cuidados infantis a famílias que ganham até 250% a mais do que a média em seus Estados; e US$ 500 bilhões para combater mudanças climáticas, com a maior parte dos recursos ao setor de energia limpa.