Os bispos reunidos na 53ª Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, estão preocupados com a situação social, econômica e política do País e pretendem fazer uma análise mais profunda para definir a linha de uma nota ou declaração a ser divulgada encerramento da reunião, dia 24.
“Temos conversado sobre a questão e, provavelmente, o episcopado se manifestará, se assim decidir o plenário”, disse nesta quinta-feira, 16, o cardeal d. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, designado pela assembleia para falar à imprensa sobre o assunto. Segundo ele, a CNBB tratará do tema sem tomar partido nem discutir questões particulares, como o impeachment, por exemplo.
O secretário-geral da entidade, d. Leonardo Steiner, recomendou aos bispos que sejam cuidadosos em eventuais entrevistas “para não pôr lenha no fogo. “Nenhum bispo pode ser proibido de falar sobre o que acontece em sua diocese, mas só o porta-voz deve se manifestar em nome da CNBB. Por causa da recomendação, bispos que escreveram artigos sobre corrupção e protestos contra o governo preferem ficar calados em Aparecida.
A base para a reflexão do episcopado sobre a crise no País será a palestra feita no plenário, quarta-feira, 15, pelo embaixador Rubens Ricupero, que foi ministro da Fazenda em 1994, no governo Itamar Franco. O embaixador apontou a retomada do crescimento como única saída possível e manifestou confiança na ação dos ministros da Fazenda e do Planejamento para a volta à normalidade.