A participação de produtos exportados no valor da produção industrial brasileira representou 19,2% do total no segundo trimestre deste ano. Foi registrado crescimento de 0,6 ponto porcentual no período, comparado com os três primeiros meses do ano e uma alta de 0,3 pp na comparação com o mesmo período de 2014. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 14, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no levantamento Coeficientes de Abertura Comercial.
Com relação aos importados, a participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional representou 22% do total, um aumento de 0,2 pp sobre o trimestre anterior e de 0,5 pp sobre o segundo trimestre de 2014.
A entidade avalia que o efeito do real depreciado na corrente comercial é positivo, mas gradual. “A resposta do volume exportado pela indústria ao estímulo cambial ainda não é expressiva”, diz o relatório. A CNI destaca que, apesar de o valor das exportações em dólares ter sofrido queda de 3,9% no acumulado de quatro trimestres (3º trimestre de 2014 até 2º trimestre de 2015) frente a igual período anterior, o coeficiente de exportação apresentou crescimento. “O que reflete o efeito da depreciação do real sobre a rentabilidade das exportações, isto é, o efeito positivo sobre as receitas em reais das vendas ao exterior”, explica.
Segundo a CNI, a variação negativa do valor das exportações em dólares é decorrente de uma redução dos preços e da expansão ainda tímida das quantidades exportadas. “O efeito sobre as quantidades exportadas leva mais tempo para ocorrer devido às dificuldades inerentes à entrada em novos mercados”. De acordo com o relatório, setores que continuam a direcionar parte relevante de sua produção para os mercados externos têm conseguido reagir mais rapidamente ao câmbio competitivo.
Sobre as quantidades importadas, a Confederação destaca que o efeito do câmbio, no curto prazo, aumenta os custos dos produtos importados. No acumulado de quatro trimestres terminados em junho, o valor das importações em dólares sofreu queda de 6,1% sobre igual período anterior. Já a quantidade de produtos importados caiu 6,8%, reflexo da retração na produção doméstica sobre as importações. A CNI pondera que, no período, o coeficiente de importação subiu, sendo explicado pelo efeito do câmbio sobre o preço, que ainda supera o efeito sobre as quantidades.