O imbróglio judicial envolvendo o campo de golfe dos Jogos Olímpicos de 2016 foi assunto evitado na entrevista coletiva que encerrou a sétima visita oficial da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos Olímpicos. O tema foi abordado em três momentos, e em todos eles as respostas foram evasivas.
O campo de golfe está sendo construído na zona oeste do Rio e ocupa parte de uma área de proteção ambiental. O Ministério Público do Rio entrou com uma ação pedindo readequação no projeto, mas a prefeitura alega que isso é inviável, já que ele avançaria até a margem da Avenida das Américas, área onde serão erguidos empreendimentos imobiliários. Duas audiências de conciliação já foram realizadas, sem sucesso. Assim, caberá à Justiça dar uma decisão final.
Indagada sobre o tema, Nawal El Moutawakel, presidente da comissão, desconversou. “Nós estivemos ontem visitando o campo de golfe e ele me pareceu muito bom”, disse a marroquina. Sobre o problema judicial, ela se limitou a dizer que “a prefeitura está lidando com isso”. Essa foi a mesma postura do presidente do Comitê Rio, Carlos Arthur Nuzman. “Isso vocês precisam perguntar para a prefeitura.”
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, participou ativamente das atividades da comissão nos três dias, mas não esteve na coletiva. Mais cedo, ele conversou com jornalistas e repetiu o discurso que dera na segunda-feira, no primeiro dia de reuniões. Segundo Paes, o Brasil “vive em um sistema democrático” e contestações na Justiça são comuns. Ele se diz confiante.