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COI pode fazer reunião de emergência nesta sexta para tratar situação de Nuzman

O Comitê Olímpico Internacional (COI) poderá realizar nesta sexta-feira uma reunião de emergência de seu conselho para avaliar a situação de Carlos Arthur Nuzman. O brasileiro, preso por suspeita de corrupção, é ainda membro de honra da entidade olímpica e faz parte do Comitê de Coordenação para os Jogos de Tóquio-2020, cargo que lhe foi oferecido pelo COI há apenas cinco meses.

O encontro, que está sendo planejado para ocorrer nesta tarde (no horário europeu), debaterá que tipo de medidas poderão ser tomadas. Uma das opções sobre a mesa é a suspensão temporária do brasileiro. Mas a esperança do COI é a de que, até o encontro começar, os advogados do dirigente façam um gesto e optem por renunciar de forma voluntária aos cargos.

Quem seguiu esse caminho foi um dos auditores da votação no COI que garantiu a vitória do Rio de Janeiro na eleição para ser sede dos Jogos do Rio-2016, Frankie Fredericks. Ele decidiu abandonar seus cargos dentro do COI horas antes que o Comitê de Ética da entidade revelasse ao público que ele seria suspenso.

Declarando ser inocente, ele abdicou ao cargo de presidente da comissão de avaliação dos Jogos de 2024. Mas, com o COI, driblou um constrangimento internacional para tentar mostrar que foi ele mesmo quem havia decidido sair.

De acordo com o Ministério Público francês, a família de Lamine Diack, ex-presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que é suspeita de ter recebido US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 4,7 milhões) de empresários próximos aos organizadores da Olimpíada de 2016, transferiu US$ 299,3 mil (aproximadamente R$ 938 mil) pela empresa Pamodzi para a empresa offshore Yemli Limited.

O depósito ocorreu em 2 de outubro de 2009, dia da vitória do Rio para sediar os Jogos. Mas a empresa beneficiada tinha uma relação direta com Fredericks, que foi justamente um dos monitores do COI no momento do voto nas eleições de 2009 que foram vencidas pelo Rio.

Poucos dentro da entidade têm se manifestado de forma contundente diante do novo escândalo, principalmente por causa do risco de que Nuzman decida cooperar com a Justiça e dar nomes de outros envolvidos.

Mas fontes indicam que o presidente do COI, Thomas Bach, quer dar um sinal a patrocinadores de que está se distanciando de Nuzman. Seu gabinete faz circular a notícia, nos últimos dias, de que o alemão estaria muito irritado com tudo o que ocorre no Brasil e com o comportamento de Nuzman. Bach, porém, não tem se pronunciado oficialmente.

No centro da polêmica está Lamine Diack. Sua suspensão do COI apenas ocorreu depois que ele foi detido na França, mesmo que por meses o processo e o seu indiciamento já fossem uma realidade antes da prisão.

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