Num clássico eletrizante marcado por defesas incríveis de ambos os goleiros, o Barcelona contou mais uma vez com o brilho de Lionel Messi para superar o Real Madrid e reabrir a briga pelo título do Campeonato Espanhol. O atacante argentino marcou duas vezes e liderou os visitantes no estádio Santiago Bernabéu com a vitória por 3 a 2. O gol decisivo saiu aos 46 minutos do segundo tempo.
Com seu gol de número 500 com a camisa do Barcelona, Messi reabriu a disputa pelo troféu porque o time catalão alcançou os mesmos 75 pontos do Real e superou o arquirrival na classificação do Espanhol, por ter agora vantagem no confronto direto, primeiro critério de desempate. O time de Madri, contudo, segue com um jogo a menos na tabela.
O suado triunfo do Barça foi conquistado em partida de muitas reviravoltas no placar, lances mais ríspidos em campo, reclamações contra arbitragem e marcas importantes de Messi. O argentino liderou os visitantes na ausência de Neymar, que vinha sendo um dos principais destaques do time na temporada. O brasileiro ficou de fora por cumprir suspensão. O Barça tentou a última hora um recurso junto à justiça desportiva, mas não teve sucesso. Alcácer foi seu substituto.
Pelo Real, Bale voltou ao time, após retomar os treinos na quinta. Mas deixou o campo ainda na etapa inicial, por conta de problemas físicos. Casemiro e Marcelo foram titulares pelo time da casa. O volante marcou um dos gols do Real e o lateral deu assistência para o segundo gol madrilenho.
O Real até saiu na frente neste domingo, mas levou a virada no segundo tempo. Quando jogava com um a menos, perdeu Sergio Ramos, expulso. Mas, mesmo em desvantagem numérica, buscou o empate. A torcida já festejava quando Messi anotou o terceiro gol dos visitantes, nos acréscimos.
O JOGO – Real Madrid e Barcelona fizeram um primeiro tempo alucinante, com dois gols, lances polêmicos, reclamações contra a arbitragem e recorde de Messi. O argentino chamou mais a atenção na etapa inicial pelas pancadas que levou dos brasileiros do que pelo belo gol que marcou.
Na primeira, sofreu falta por trás de Casemiro, que levou o cartão amarelo. Nos instantes finais da etapa, o volante acertou novamente o atacante, freando contra-ataque do Barça. O árbitro foi condescendente e não aplicou o novo amarelo que resultaria em expulsão. Antes disso, Messi levara uma cotovelada não intencional de Marcelo que até tirou sangue. O argentino jogou a primeira metade do tempo com um curativo na altura da boca e do nariz.
Com a bola rolando, Cristiano Ronaldo apresentou seu cartão de visita logo aos 6 minutos, com finalização perigosa defendida por Ter Stegen. Suárez respondeu do outro lado, com chute rasteiro, à direita do gol defendido por Navas. Português e uruguaio se alternariam em outros lances perigosos até que Casemiro abriu o placar.
Foi aos 27 minutos, quando Marcelo levantou na área e Sergio Ramos, em posição de impedimento dentro da área, mandou na trave. No rebote, Casemiro, livre, só empurrou para as redes.
O Barcelona precisou de cinco minutos para empatar. Messi chamou a responsabilidade ao resolver sozinho a jogada do primeiro gol catalão. Ele invadiu a área, driblou dois e bateu na saída de Navas. Foi seu 499º gol pelo Barcelona. Além disso, tornou-se o maior artilheiro do clássico, com 15 gols, superando Alfredo Di Stefano.
Enquanto o Barça comemorava o empate, o Real Madrid sofria importante baixa. Bale, que voltara ao time neste jogo, sentiu dores e precisou deixar o gramado mais cedo. Asensio entrou em campo. Em momento mais favorável, a equipe catalã criava as melhores oportunidades no fim do primeiro tempo, com chances perdidas por Alba e Messi, sozinho na pequena área, completando escanteio para fora, aos 47 minutos.
Depois da pressão visitante, o Real começou o segundo tempo impondo pressão. E Ter Stegen seguia brilhando em campo. Aos 7, defendeu finalização à queima-roupa de Benzema. Mas, do outro lado, Navas também trabalhava duro. Piqué cabeceou e o goleiro espalmou aos 14. Aos 23, foi Suárez que exigiu boa defesa do goleiro madrilenho.
As chances de gol aumentavam à medida que o jogo esquentava. E o duelo ganhou em emoção quando o Barcelona virou o placar aos 27 minutos, em bela finalização de Rakitic, de fora da área. Preocupado com os ânimos exaltados em campo, o técnico Zidane sacou Casemiro, que corria o risco da expulsão desde a etapa inicial.
Mas a cautela não deu resultado, pois, cinco minutos após o segundo gol dos visitantes, Sergio Ramos fez falta violenta em Messi e foi excluído do clássico. O zagueiro deixou o gramado irritado e aplaudindo a decisão da arbitragem, repetindo gesto que custou suspensão de três jogos ao brasileiro Neymar, em jogo anterior do Barça no Espanhol.
Se o zagueiro do Real deixou de brilhar, um zagueiro do Barça perdeu grande chance de se consagrar. Aos 35, Piqué recebeu livre quase na marca do pênalti, mas bateu em cima de Navas.
Sem concretizar a vitória, o time visitante acabou cedendo o empate. Aos 39, Marcelo cruzou da esquerda e James Rodríguez, que acabara de entrar em campo, escorou na primeira trave: 2 a 2.
Parecia o desfecho do jogo, que fazia a festa do Real no Santiago Bernabéu. Mas, como em todo bom clássico, o fim foi de fortes emoções e com uma marca especial de ídolo. E, aos 46 minutos do segundo tempo, André Gomes e Alba trocaram rápidos passes até a bola surgir para os pés de Messi bater firme e rasteiro no cantinho direito de Navas, que desta vez não conseguiu evitar o gol decisivo.