Com dólar em queda na sessão, Bolsa fecha em alta de 0,60%, a 123.998,00 pontos

O enfraquecimento do dólar nesta terça-feira e o ajuste de baixa também observado na curva de juros, contribuiu para que o Ibovespa sustentasse ganho na sessão, recuperando a linha de 124 mil pontos nos melhores momentos do dia, em variação superior à observada nos índices de Nova York. Ao final, a referência da B3 mostrava alta de 0,60%, a 123.998,00 pontos, tendo oscilado entre mínima de 123.227,47 e máxima de 124.584,33 pontos, em faixa relativamente estreita se comparada às últimas sessões.

Assim como na segunda, o giro financeiro se mostrou um pouco mais acomodado do que o observado entre quarta e sexta passadas, quando o índice renovou máximas históricas. Nesta terça, o volume foi de R$ 37,2 bilhões e, no ano, o Ibovespa avança 4,18%, com perda de 0,86% nesta semana.

"Recuperando-se do processo de realização de ontem (quando fechou em queda de 1,46%), o Ibovespa voltou para a faixa de 124 mil pontos, com os bancos, mas foi o dólar que mais chamou atenção nesta terça – e sem uma forte intervenção do Bacen", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

O desempenho moderadamente positivo das ações de bancos (Santander +1,01%, Itaú PN +0,31%) foi o contraponto à realização em Vale ON (-2,74%) e ao desempenho negativo em Petrobras (PN -0,75%, ON -0,35%) e no setor de siderurgia, à exceção de CSN (+0,45%). Embraer segurou a ponta positiva do Ibovespa, em alta de 7,90%, seguida por Carrefour (+6,05%) e Rumo (+5,29%). No lado oposto, Intermédica, em baixa de 2,74%, devolveu pequena porção do forte ganho observado nas duas últimas sessões, com Gerdau PN mostrando perda de 2,76% e Copel, de 3,23%.

"Os juros e o dólar avançaram muito neste começo de ano e havia espaço para uma correção, depois da sequência de altas para a moeda americana. Até que se tenha mais clareza sobre o fiscal, a partir da definição da próxima presidência da Câmara, é possível uma acomodação maior para o dólar, que o traga para a faixa de R$ 5,30 e R$ 5,20. A Bolsa continua barata para o estrangeiro em dólar e, caso Biden consiga colocar em votação pacote de US$ 3 trilhões, vai haver festa nos mercados", diz Jefferson Laatus, estrategista do Grupo Laatus.

Para Alex Lima, head de gestão da Lifetime Asset Management, a inflação – que tem ficado na ponta acima do previsto – é um fator de risco não negligenciável que pode levar o BC a ter de mudar o <i>forward guidance</i> em breve. "Muitos (no mercado) têm errado nisso, e a inflação tem ficado acima do que se esperava", observa Lima.

Ele chama atenção também para a conjuntura externa favorável mas não livre de riscos, inclusive no curto prazo. "O cenário é de juros amassados no mundo, dólar fraco e commodities para cima, o que já coloca, por exemplo, a ação da Vale a R$ 100. No curto prazo, há também o acompanhamento das estratégias de vacinação, o que resulta em prêmios que vão mudando com o tempo. Parece que agora estamos nos organizando um pouco melhor para a vacinação – pelo menos, as novidades têm deixado de ser negativas", acrescenta.

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