Além de encadear a quarta sessão em terreno positivo, o que não ocorria desde o intervalo entre 16 e 19 de junho, o Ibovespa deu nesta segunda-feira, 6, um passo importante para recuperar a linha psicológica dos 100 mil pontos, cedida no início de março. Com o retorno de Wall Street aos negócios após o feriado pela Independência dos EUA, o índice de referência da B3 renovou fôlego no fim da sessão para fechar com maior ganho diário desde 8 de junho, em alta de 2,24%, aos 98.937,16 pontos, tendo chegado a 99.256,85 pontos na máxima pela manhã, saindo de mínima a 96.767,64 pontos.
Em Nova York, os ganhos ficaram entre 1,59% (S&P 500) e 2,21% (Nasdaq), com o índice de tecnologia mais uma vez renovando máxima histórica.
No maior ganho diário desde 2015, o avanço de 5,71% na Bolsa de Xangai nesta segunda-feira, nutrido por comentários da mídia chinesa sobre a expectativa de um "bull market" superado o pior momento da pandemia no país, induziu o apetite por risco especialmente na primeira metade da sessão na B3, que chegou a perder vigor à tarde, recuperado no final.
Após a sessão de sexta-feira ter registrado o menor giro financeiro desde novembro de 2019, o volume desta segunda-feira foi a R$ 26,8 bilhões, alinhado ao observado na semana passada. Em julho, o Ibovespa acumula até aqui ganho de 4,08%, buscando sustentar o quarto avanço mensal consecutivo. No ano, limita as perdas a 14,45%.
Na máxima desta segunda-feira, o índice da B3 atingiu o maior nível intradia desde 6 de março, quando saiu de 102.230,50 pontos na abertura daquela sessão para fechar então aos 97.996,77 pontos, pela primeira vez no ano abaixo dos 100 mil – assim, o nível de encerramento desta segunda foi o melhor desde o de 5 de março, quando o índice estava aos 102.233,24 pontos.
"O Ibovespa rompeu hoje (os 98 mil pontos) e é importante terminar o dia neste patamar. Embora a marca dos 100 mil pontos tenha um efeito psicológico grande, graficamente começamos a olhar para os 105-107 mil pontos, que deve ser o novo alvo do índice", diz Fernando Góes, analista técnico da Clear, para quem o espaço permanece "bem mais livre para cima", a considerar as indicações gráficas do momento.
"A perspectiva para a Bolsa ainda é positiva em julho, com os progressos sobre as vacinas dando um grau maior de confiança aos investidores que, nesse ambiente de juros muito reduzidos, não contam com alternativas de retorno fora do risco. Quando se tiver clareza maior quanto às vacinas, a recuperação econômica se firmará, em forma de V", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor. "Mesmo notícias não positivas, como a possibilidade de o governo tributar dividendos (de aplicações financeiras e sobre operações digitais na reforma tributária), não estão causando ruídos, inclusive a segmentos que seriam afetados, como os bancos", acrescenta.
Nesta segunda-feira, o setor de bancos, de grande peso no Ibovespa, mostrou ganhos de até 6,69% (Bradesco ON) no fechamento. Destaque também para as ações de commodities (Petrobras ON +2,89%, Vale ON, +2,37%) e de siderurgia (CSN+4,58%). Na ponta do Ibovespa, CVC subiu 10,55%, seguida por B2W (+8,63%) e Qualicorp (+7,38%). No lado oposto, IRB cedeu 1,76%, Natura, 1,55%, e WEG, 1,48%.