A alta do preço do petróleo aumentou a diferença entre os valores praticados no mercado interno de combustíveis do mercado internacional, até mesmo para a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, que manteve a política de paridade de preços de importação (PPI), abandonada pela Petrobras em meados de maio. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), há 70 dias as janelas de importação estão fechadas.
No mercado atendido pela Acelen, os preços registram defasagem de 10% para a gasolina e de 11% para o diesel no porto de Aratu. Para equiparar os preços, a Acelen deveria elevar o preço do litro vendido em Mataripe em R$ 0,34 e R$ 0,35, respectivamente. Como única refinaria privada do País, Mataripe tem que concorrer com a Petrobras, responsável por 80% do mercado de refino do Brasil.
A Petrobras estipulou uma nova estratégia comercial para evitar a transferência da volatilidade externa do petróleo para o consumidor brasileiro, e ao mesmo tempo garantir rentabilidade para a empresa. Os preços internos nas refinarias da estatal já chegam a uma defasagem de 21%. Para equiparar os preços, seria necessário um aumento de R$ 0,62 por litro no caso da gasolina, e de R$ 0,59 no diesel.
O último reajuste da estatal para a gasolina foi no dia 1º de julho, uma queda de 5,3%, e do diesel em 15 de maio, redução de 12,8%.
Depois de oscilar no primeiro semestre dentro do patamar de US$ 70 o barril, o petróleo vem ensaiando se firmar em torno dos US$ 80, impulsionado por altas registradas nas últimas quatro semanas, um movimento que já era esperado no segundo semestre, conforme antecipou o <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A tendência de alta faz parte dos esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para manter a oferta apertada. Há pouco, a commodity era negociada perto da estabilidade, aos US$ 81,03 o barril.