Com volume baixíssimo nesta segunda-feira, 4, sem a referência de Nova York no feriado de 4 de julho, o Ibovespa teve leve variação neste começo de semana, vindo de alta de 0,42% na sexta-feira. Hoje, a referência da B3 devolveu os discretos ganhos vistos até o meio da tarde e fechou em baixa de 0,35%, a 98.608,76, entre mínima de 98.264,28 e máxima de 99.353,06 pontos, saindo de abertura aos 98.951,96. O giro financeiro foi de apenas R$ 11,5 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa ainda acumula pequeno ganho de 0,07%, cedendo 5,93% no ano.
Assim como na sexta-feira, Petrobras (ON +2,38%, PN +2,14%) movia o índice um pouco para cima com o impulso derivado do petróleo, mas, em dia de novo ruim para Vale (ON -0,57%) e bancos (Santander -1,41%, Bradesco ON -1,11%), as perdas desta vez se impuseram ao Ibovespa. Na ponta negativa, IRB cedeu 4,63%, Yduqs, 4,31%, e Magazine Luiza, 3,18%, enquanto Hapvida (+7,47%), Locaweb (+4,20%) e BRF (+3,15%) foram os destaques do lado oposto. Com fluxo muito fraco pelo feriado americano, o mercado olhou papéis "mais atrasados, descontados", diz Rafael Passos, sócio da Ajax Capital.
No exterior, os principais índices acionários da Europa subiram na maioria, em sessão também marcada por liquidez reduzida devido ao feriado da Independência nos Estados Unidos. Ainda assim, os mercados do velho continente foram favorecidos nesta abertura de semana por dados que indicaram desaceleração da inflação ao produtor na zona do euro, na leitura anualizada de maio ante abril – a primeira desaceleração do índice desde maio de 2020.
Na Ásia, "novos casos de covid na China acabaram derrubando os preços do minério de ferro, enquanto outras commodities voltaram a cair por conta da perspectiva de menor demanda global, com exceção do petróleo", observa em nota a Guide Investimentos.
Aqui, o câmbio se mantêm especialmente pressionado desde a última sexta-feira, com máximas na casa de R$ 5,33, ainda refletindo as preocupações sobre a perspectiva fiscal, após a aprovação pelo Senado, na semana passada, do pacote de benefícios com auxílio para taxistas e aumento do vale-gás, além de reajuste do Auxílio Brasil e da aprovação de voucher para caminhoneiros autônomos, observa Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos. "Inflação e juros elevados" permanecem no foco dos mercados, acrescenta a analista. Hoje, após chegar a R$ 5,3342 na máxima do dia, o dólar à vista fechou perto da estabilidade (+0,08%), a R$ 5,3257.
A expectativa de que os benefícios possam ser expandidos no retorno da PEC à Câmara, além do que já foi incorporado no Senado, mantém a conta em aberto: o relator na Câmara, Danilo Forte (União Brasil-CE), apesar do sinal de que pode retirar o estado de emergência do texto, fala agora em incluir um "vale-Uber", que elevaria o custo da proposta, como um todo, a R$ 50 bilhões fora do teto. A expectativa é de que o relator se reúna com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda hoje.
Na agenda de uma semana que começou devagar, destaque, na quarta-feira, para a ata do Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira, e para os dados sobre o mercado de trabalho americano, na sexta-feira. "Além disso, uma nova rodada de PMIs sai nesta semana, referentes aos setores de serviços das principais economias – nos EUA, o PMI de serviços do ISM sai na quarta-feira", destaca a Guide.