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Com pandemia, guarulhense ‘foge’ de papelarias, que têm queda de até 90% nas vendas

O GuarulhosWeb esteve no Centro e ouviu comerciantes que reclamaram das vendas de material escolar

O guarulhense não parece confiante na retomada do ensino presencial. Mesmo com a liberação do retorno às escolas estaduais, particulares e municipais conveniadas, os pais ainda não foram às ruas para comprar o material escolar dos seus filhos. O GuarulhosWeb esteve no Centro e ouviu comerciantes que reclamaram de até 90% de queda nas vendas desses itens.

O ramo de papelarias, antes mesmo da pandemia, não é tão procurado quanto antes para esse tipo de demanda. Na região do Calçadão, os maiores vendedores de material escolar são redes de bazares. Ou seja, lojas que atualizam estoque e prateleiras conforme a ocasião do ano. 

A mudança fez com que, na Felício Marcondes, por exemplo, duas grandes papelarias, que disputavam a atenção de cada cliente, fechassem as portas. Em uma delas, que se mudou para a Praça 8, na região do Taboão, há um brechó. Em outra, uma grande placa diz “aluga-se”.

Em uma rua não tão badalada para o comércio quanto as mais próximas do Calçadão, a equipe encontrou a papelaria Dizypaper, um pequeno comércio, na Luiz Faccini que, mesmo tendo como carro-chefe a cópia e plastificação de documentos – tendo em vista a quantidade de departamentos na via – não obtém em 2021 a mesma procura por materiais escolares em relação ao ano anterior. “Ninguém está vindo com lista. A essa altura, nos anos anteriores, já tinha procura, ou pelo menos pesquisa”, conta Anderson Pereira, que administra o estabelecimento. 

“O pessoal procura só na Armarinhos Fernando, mas como eles só vendem todo tipo de material até março, depois disso minhas vendas ficam estabilizadas”, completa Pereira. 

A reportagem esteve na loja mencionada pelo empresário e, de fato, encontrou boa quantidade de material escolar e, como sempre, um grande número de pessoas. Entretanto, os itens não eram os mais procurados pelos clientes, que continuam preferindo, apesar da ocasião, a variedade de produtos que a loja oferece.

Nas Lojas Americanas, outra grande rede, um vendedor confidenciou que a central sequer enviou novos itens para reposição dos estoques. “Estamos trabalhando com o que restou do segundo semestre. Enviaram só cadernos”, informa o profissional. 

Outro produto muito procurado no início de ano é a mochila. Os pais, a cada ano que passa, exigem um produto mais resistente ao peso que livros e cadernos possuem. Ainda assim, nas duas lojas visitadas pela reportagem, repletas desse item por conta da época, não há procura. “O movimento é 90% menor em relação ao ano anterior”, reclama a gerente de uma grande rede no Calçadão.

“Em janeiro a procura é bem maior do que nesse ano. Está tudo incerto e os pais só querem fazer compra quando tiverem certeza do retorno das aulas. Houve algumas pesquisas, porém eles só retornarão para a compra com a segurança da retomada”, enfatiza Tânia Viana, vendedora de uma loja especializada em bolsas na Capitão Gabriel.

Além do retorno das redes privada e estadual, já liberados por Estado e Prefeitura e da rede conveniada, previsto para a próxima semana, as escolas municipais devem retomar o ensino presencial em 3 de fevereiro. Até lá os vendedores esperam recuperar parte do movimento perdido durante a pandemia.

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