Com PIB da China e vacina, Bolsa fecha em alta de 0,74%, a 121.241,63 pontos

Após ceder 2,54% na sexta-feira e acumular perda de 3,78% na semana passada, o Ibovespa obteve nesta segunda-feira, 18, ganho de 0,74%, aos 121.241,63 pontos, em dia de vencimento de opções sobre ações que coincidiu com feriado em Nova York, o que costuma resultar em enfraquecimento da liquidez. O domingo da vacina e o crescimento de 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2020, por outro lado, deram suporte a compras neste começo de semana, vindo o Ibovespa de realização na anterior. Assim, o índice da B3 saiu de mínima na abertura a 120.351,43 para chegar na máxima da sessão aos 122.585,82 pontos, com giro financeiro a R$ 49,7 bilhões nesta segunda-feira. No ano, o índice avança 1,87%.

"Hoje tivemos o dia seguinte à vacina, e o mercado vinha penalizando o Ibovespa também pela indefinição sobre isso. Tivemos certo desconto com a realização vista na semana passada e assim, com a efetivação da vacina, o mercado ficou mais leve, conseguindo se recuperar do baque da sexta-feira. Nesta segunda, o volume do exercício de opções sobre ações não foi ruim, mas teria sido maior caso não fosse feriado em Nova York", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, chamando atenção para o desempenho de ações mais correlacionadas à recuperação, como as de companhias aéreas (Azul +1,82%, Gol +1,02%) e shoppings (Iguatemi +1,26%).

Virada a página da aprovação de vacinas pela Anvisa, o mercado passa a olhar para outros importantes eventos da semana, ambos na quarta-feira: a posse do presidente Joe Biden nos Estados Unidos e a decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom). "Está dado o Copom (manutenção de juros), mas pode haver a retirada do <i>forward guidance</i>, o que não significa que a Selic já começaria a subir na reunião seguinte. Será preciso continuar acompanhando os índices de inflação e de atividade para antecipar quando, em 2021, teremos juros mais altos", observa Moliterno. "Nos EUA, Biden tem sinalizado que pode reverter parte das decisões de Trump de forma monocrática, assegurando, por exemplo, o reingresso dos EUA no Acordo de Paris – o início do governo Biden certamente será acompanhado muito de perto por todos."

"Nesta madrugada, a China divulgou seus dados de PIB, com números melhores do que o esperado. Ainda que o crescimento de 2,3% em 2020 seja o pior resultado em 44 anos, o último trimestre do ano passado apresentou uma alta de 6,5% frente ao mesmo período de 2019", diz Lucas Collazo, especialista da Rico Investimentos. "Na China, o PIB de 2,3% em 2020, com consenso a 2% para o período, era algo que já vinha sendo antecipado por outros indicadores do país, mas a questão passa a ser o avanço da Covid e a retomada de <i>lockdown</i> em cidades chinesas, no momento em que a atividade por lá vinha respondendo à recuperação da demanda externa", acrescenta Moliterno, da Veedha.

Assim, acabou prevalecendo a cautela na parte da tarde, com o Ibovespa e o dólar limitando o que se viu mais cedo, aponta Adilson Bonvino, sócio da Unnião Investimentos. "Sem desmerecer a vacina, algo positivo, não há por que ocorrer uma reação exagerada quando se tem ainda incerteza adiante, com o mercado à espera de definições importantes, como as das presidências da Câmara e do Senado", diz.

Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, WEG fechou em alta de 7,02%, Natura, de 5,16%, e BTG Pactual, de 3,97%. No lado oposto, Equatorial cedeu 2,14%, PetroRio, 1,94%, e Sabesp, 1,79%. Entre as blue chips, destaque para alta de 0,81% para Vale ON, que coloca o avanço da ação no ano a 7,84%, após progressão de 70,43% em 2020, enquanto CSN ON (+1,98% no fechamento desta segunda) acumula ganho de 10,02% neste começo de 2021. Petrobras PN e ON fecharam nesta segunda respectivamente em baixa de 0,18% e 0,17%, com ganhos moderados observados em parte das ações de bancos (Bradesco PN +0,34% e Unit do Santander +0,50%).

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