Estadão

Com reajuste da Acelen, Bahia tem o combustível mais caro do Brasil, diz FUP

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, voltou a criticar a privatização das refinarias da Petrobras, depois que a Acelen elevou o diesel e a gasolina na última sexta-feira, acompanhando o movimento altista do preço do petróleo no mercado internacional. "Temos mais uma demonstração incontestável do equívoco e da gravidade da política do governo Bolsonaro de privatização de refinarias da Petrobras. A mentira de que a venda de ativos da maior empresa do País aumentaria a competitividade e, consequentemente, levaria a reduções de preços de derivados, é, mais uma vez, denunciada pela realidade", afirmou o sindicalista em nota.

A Acelen, do fundo árabe Mubadala, que administra a Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, aumentou a gasolina em até 15,7% e o diesel em até 11,5%, dependendo do mercado atendido. O reajuste passou a valer a partir do último sábado, 8.

Segundo Bacelar, com a venda da unidade foi criado um monopólio privado regional, que contraria a ideia de competição para reduzir preços, usado como argumento para a venda. "Com o reajuste de preço, a Bahia tem o combustível mais caro do Brasil, repetindo a posição que conquistou três meses após a privatização da refinaria, no final de 2021", informou.

Bacelar destacou ainda, que os preços elevados se devem à política de preço de paridade de importação (PPI), praticada também pela Petrobras, e que visa alinhar o preço interno com o preço internacional. "O País produz internamente, em reais, o petróleo que consome, mas com o PPI, o brasileiro paga preços dolarizados ao adquirir combustíveis", criticou.

A Petrobras mantém os preços dos combustíveis inalterados, apesar da alta do petróleo no mercado internacional. Os últimos reajustes da estatal foram para baixo, assim que o petróleo começou a ceder, em setembro. O preço do litro da gasolina foi reduzido em 4,8% nos últimos 39 dias, e o do diesel em 4,07% há 21 dias.

Segundo a estatal, ainda há muita volatilidade no mercado para alterar os preços. Fontes próximas à empresa, porém, informam que está havendo pressão para que os preços sejam mantidos até o fim do segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 30, o que pode inclusive levar à troca de diretores da companhia para garantir o congelamento.

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