Com risco global e incerteza local com vacina e fiscal, dólar encosta nos R$ 5,50

O movimento "risk-off" global contagia o mercado local. Na abertura desta segunda-feira, 11, o dólar sobe se aproxima dos R$ 5,50, patamar alcançado pela última vez no intraday em meados de novembro. No exterior, pesam o aumento do temor com os efeitos da pandemia e também as perspectivas para o crescimento e inflação nos Estados Unidos na gestão de Joe Biden.

A vacinação contra a covid-19 – ainda sem data para começar no Brasil – preocupa e mobiliza governadores. Amanhã, eles têm programada uma reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para discutir o cronograma de vacinação contra a doença. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que os Estados vão pedir ao governo federal que a campanha inicie em uma mesma data nos 26 Estados e no Distrito Federal e a proposta é de que seja entre 22 e 27 de janeiro.

Por ora, é aguardada a resposta da Anvisa sobre a liberação ou não da vacina da Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca para uso emergencial e também sobre o início da análise de pedido semelhante sobre a Coronavac, da chinesa Sinova junto com o Instituto Butantan.

O receio sobre o futuro das contas públicas pesa fortemente nas perspectivas das mesas de operação diante da possibilidade de volta do auxílio emergencial. Parlamentares favoráveis a mais desembolso federal pressionam a ala contrária à medida no Executivo, e o Ministério da Economia cogita em alguma nova versão da injeção de recursos.

A discussão é presente na base de apoio das duas candidaturas à presidência da Câmara dos Deputados: tanto de Arthur Lira (Progressistas-AL), candidato do presidente Jair Bolsonaro quanto de Baleia Rossi (MDB-SP), lançado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Rossi recebeu o apoio dos ruralistas. Neste domingo, teve de voltar atrás de uma declaração contrária a abrir processo de impeachment de Bolsonaro. Essa possibilidade estava no acordo de Rossi para receber apoio do PT na disputa pelo cargo.

Às 9h24 desta segunda, o dólar subia 1,40% aos R$ 5,4923, perto da máxima aos R$ 5,4953. O Dollar Index (DXY) era negociado a 90,521 pontos em alta de 0,47%. Dow Jones futuro caía 0,74%, enquanto todas bolsas principais da Europa recuavam, assim como os futuros do petróleo.

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