Comece o ano adquirindo novos conhecimentos esta seleção de cursos livres

O início do ano costuma ser o momento para planejar e definir novos aprendizados. Se a ideia é não se prender a nenhuma instituição de modo regular, não faltam escolas e espaços culturais com oficinas e cursos livres em sua programação. Preparamos uma seleção que vai de aulas teóricas a atividades práticas – a maioria adaptada à modalidade online, em razão da pandemia.

<b>Arte</b>

Para uma visão mais ampla sobre a história da arte, no Adelina Instituto, um curso conduzido pelo educador Marcelo Rafael de Carvalho perpassa de suas origens até os movimentos neoclássico e romântico. São oito encontros, de 20 de janeiro a 12 de fevereiro, às quartas e sextas-feiras, das 15h às 17h (R$ 400; inscrições em bit.ly/adhistart).

Já o professor Felipe Martinez, às segundas-feiras entre 1.º e 22 de fevereiro, das 19h às 21h, apresenta um percurso pela história da arte por meio do acervo do Museu de Arte Moderna (MAM). As lições partem das origens da coleção, com obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Ismael Nery, e chegam às manifestações de arte contemporânea (R$ 320; mam.org.br/curso). Em outro curso online ministrado por Martinez, promovido pelo B_arco Centro Cultural, o público desbrava uma manifestação artística mais específica – de 11 a 13 de janeiro, das 19h às 21h30, o historiador da arte propõe um breve panorama da abstração e sua evolução formal e social, na Europa e no Brasil (R$ 280; bit.ly/bcartabt).

Já a arte contemporânea produzida no Brasil é foco de um curso online do espaço Superbacana+. Agnaldo Farias, professor da FAU-USP, propõe questionamentos sobre o tema em 14 encontros nas segundas-feiras de 18 de janeiro a 26 de abril, das 18h30 às 20h (R$ 1.800). O espaço promove ainda aulas práticas de aquarela – nas sextas entre 5 e 26 de fevereiro, das 15h às 16h30 (R$ 440; superbacana.com.br). A prática artística também ganha espaço na atividade gratuita Lugar de Criação, promovida presencialmente pelo CCBB (R. Álvares Penteado, 112, centro, 4297-0600). Todos os sábados, às 14h30, crianças, jovens e adultos podem participar de vivências que estimulam a criatividade (ccbbeducativo.com).

<b>Música</b>

Em cartaz no MIS, a exposição John Lennon Em Nova York Por Bob Gruen inspira o curso Lennon e a América, em que o curador Ricardo Alexandre aborda tópicos como a beatlemania nos EUA e sua repercussão em países de todo o mundo e as campanhas de paz promovidas pelo músico britânico. As lições estão divididas em 4 aulas, às terças e quintas, das 19h às 20h30, entre 14 e 26 de janeiro (R$ 120; mis-sp.org.br). Inscritos ganham um par de ingresso para visitar a mostra.

A música pauta também dois cursos no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF Sesc), ambos online. Em 20 de janeiro, das 15h às 16h30, Camila Frésca, doutora em artes pela ECA-USP, aborda as peças apresentadas por Heitor Villa-Lobos na Semana de Arte Moderna de 1922, da qual ele foi o único compositor participante (R$ 35; bit.ly/cursmus22). Já entre 26 de janeiro e 4 de fevereiro, às terças e quintas, das 19h às 21h, o produtor musical, jornalista e roteirista Arnaldo DeSouteiro conduz o curso A História do Sucesso Mundial dos Músicos Brasileiros, em que ele trata das carreiras no exterior de nomes como João Gilberto, Luiz Bonfá e Tom Jobim e sua influência na obra de artistas que vão de Miles Davis a Björk (R$ 35; inscrições em bit.ly/cursmusbr).

<b>Literatura e escrita</b>

Para refletir ou praticar, a literatura e seus desdobramentos ganham espaço em cursos como o da Casa Mário de Andrade, em que o publicitário Fifo Lazarini, mestre em semiótica pela PUC-SP, trata de games inspirados em obras literárias. Em três aulas online e gratuitas, às quintas-feiras de 14 a 28 de janeiro, das 19h às 21h, ele mostra do desenvolvimento dos jogos a iniciativas de destaque na área (bit.ly/3neCVbm).

Também ligado à Casa Mário de Andrade, um curso de Pedro Fragelli, doutor em literatura brasileira pela USP, propõe uma investigação a respeito de uma série de artigos escritos por Mário de Andrade em 1921, para o Jornal do Comércio, em que ele fazia duras críticas ao parnasianismo brasileiro. As aulas, gratuitas, ocorrem às quintas-feiras, das 19h às 21h, entre 4 e 25 de fevereiro (bit.ly/cmand100).

Autor de clássicos do gênero no Brasil, como O anjo pornográfico – A vida de Nelson Rodrigues e Estrela solitária – Um brasileiro chamado Garrincha, Ruy Castro comanda o curso Ciência e Arte da Biografia, em que ele aborda aspectos como a escolha do personagem, a apuração, a escrita e a edição. Promovidas pelo B_arco, as aulas ocorrem de 8 a 11 de fevereiro, das 19h às 21h30 (R$ 380; inscrições em bit.ly/ruycbio).

O B_arco também tem em sua programação o curso Vozes Ancestrais – Ecos da Literatura Indígena Contemporânea. Em três aulas entre 1.º e 3 de fevereiro, das 19h às 21h30, o escritor indígena Daniel Munduruku apresenta mitos e reflexões sobre o que é ser indígena no século 21 (R$ 280; bit.ly/bclitind).

De escrita criativa, o curso conduzido pelo jornalista Diego Andrade apresenta maneiras de tornar os textos mais envolventes e de contar histórias a partir das próprias memórias e experiências. São seis aulas online promovidas pelo MIS, de 15 a 29 de janeiro, às segundas, quartas e sextas, das 9h às 11h (R$ 150, bit.ly/misecr21).

<b>Cinema</b>

O diálogo entre linguagens está na base do curso Da literatura para o Cinema: A Arte da Adaptação, também do MIS, com o jornalista Marcelo Lyra. Entre 15 e 29 de janeiro, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 19h às 21h, ele mostra como essas duas formas de arte andam conectadas desde a invenção do cinema, em 1895. Entre os destaques, análises de filmes como O Poderoso Chefão, baseado na obra de Mario Puzzo, e Blade Runner, de Ridley Scott, baseado em livro de Philip K. Dick (R$ 150; inscrições em bit.ly/mislitcin).

Em um único encontro online, promovido pelo projeto Processos Compartilhados do CCBB em 28 de janeiro, às 14h, o montador, diretor e produtor Ricardo Mehedff compartilha com o público as origens dos trailers no cinema desde os anos 1930 até hoje, destacando sua evolução nos últimos 80 anos. Antes disso, em 14 de janeiro, das 14h às 18h, a curadora Mariana Souza conduz O Cinema Feminino e a Escrita Crítica de Cinema Brasileiro, com reflexões sobre o trabalho de mulheres negras, indígenas e LGBTs no cinema brasileiro contemporâneo (grátis; inscrições em ccbbeducativo.com).

Parte da programação online da Casa Guilherme de Almeida, o curso Diretores de Vanguarda do Cinema, conduzido pelo jornalista Franthiesco Ballerini, autor dos livros Cinema Brasileiro no Século 21 (2012) e História do cinema mundial (2019), analisa o trabalho de cineastas de diferentes culturas e épocas para pensar as distinções entre cinema artístico e comercial. As aulas são divididas em dois módulos – o primeiro vai de 18 a 21 de janeiro, das 19h às 21h; o segundo, de 26 de janeiro a 1.º de fevereiro, das 19h às 21h (grátis; casaguilhermedealmeida.org.br).

Um curso sobre cinema africano ministrado pelo diretor e escritor Joel Zito Araújo teve início ontem pelo B_arco, mas quem ainda quiser se inscrever pode assistir à gravação da primeira aula e continuar acompanhando as outras quatro, que vão até 15 de janeiro, das 19h às 21h30. As variadas escolas e regiões africanas, com suas estéticas e narrativas próprias, ganham destaque em reflexões sobre filmes de nomes como Ousmane Sembène, Djibril Diop-Mambéty, Abderrahmane Sissakoe Haile Gerima (R$ 280; bit.ly/bcocinafr).

Do CPF Sesc, o curso Oscar e Documentários: Uma Combinação Política traz análises de Fábio Monteiro, doutorando em História pela PUC-SP, sobre como filmes que venceram a premiação refletiram sobre grandes conflitos políticos do século 20. As aulas ocorrem de 21 de janeiro a 4 de fevereiro, às quintas-feiras, das 18h30 às 20h (R$ 50, inscrições em bit.ly/cpfcinedoc).

<b>Fotografia</b>

Também do CPF Sesc, o curso Retrato em Fotografia: Entre a Ética, a Estética e o Estranhamento reúne os fotógrafos Ale Ruaro, Raquel Brust, Claudia Guimarães e José de Holanda, que, além das reflexões propostas no título, apresentam suas trajetórias e referências visuais. São quatro aulas, às quintas-feiras, das 15h às 17h, entre 28 de janeiro e 18 de fevereiro (R$ 70; bit.ly/cpfretrft).

Com viés menos teórico, o curso do MIS com o professor Marcelo Andrade, publicitário especializado em fotografia, aborda das noções mais básicas da área, passando pelo uso de lentes, até iluminação e tratamento de imagem. Aulas em 14, 18, 19, 21, 26, 28 de janeiro, das 9h às 11h. Para participar do curso online, é preciso ter mais de 16 anos e ter uma câmera com modo manual (R$ 150; bit.ly/misftg21).

<b>Cultura geral</b>

Alguns dos cursos disponíveis neste início de ano trazem reflexões que passam por diferentes áreas do conhecimento. Ainda pelo MIS, o curso Bruxas na Cultura Pop, conduzido pela jornalista Cláudia Fusco, mestre em Science Fiction Studies pela Universidade de Liverpool, aborda como essas figuras povoam a imaginação ocidental, da Idade Média ao mundo contemporâneo. São quatro aulas, às terças e quintas, das 15h às 17h, entre 19 e 28 de janeiro (R$ 120; bit.ly/misbruxas).

Promovido pelo Adelina Instituto, um curso online de introdução ao estudo de tendências, comandado pela mestre em sociologia Daniela Ramos, procura mostrar como identificá-las no mundo pós-pandemia, unindo, para isso, sociologia, estudos culturais, historiografia e psicologia. As discussões são divididas em quatro encontros, marcados para as terças e quintas-feiras, das 19h às 21h, de 26 de janeiro a 4 de fevereiro (R$ 200; adelina.org.br/mundo-pos-covid).

Aproximações entre a sociologia e o esporte marcam as duas aulas que compõem o curso ministrado por Marco Bettine, professor associado da EACH-USP, para o CPFSesc, em 18 e 19 de janeiro, das 10h às 11h30. Em sua exposição, Bettine apresenta teóricos de referência na área da sociologia do esporte, analisa o futebol como fenômeno de massa e reflete sobre temas contemporâneos como o racismo e a homofobia no esporte (R$ 35; inscrições em bit.ly/cpfsocioesporte).

Para interessados na cultura oriental, uma opção de curso é Japan 2021 – Introdução à Sociedade Japonesa, em que o doutor em antropologia social Victor Hugo Kebbe desfaz estereótipos e preconceitos e trata de temas como diversidade, classes, gênero, família, mundo do trabalho e cotidiano naquele país. As aulas ocorrem aos sábados, das 10h às 12h, de 23 de janeiro a 13 de fevereiro ([email protected]).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?