A aceleração do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), de 0,56% em abril para 1,11% em maio, informada nesta quarta-feira, 16, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), foi puxada pelos preços no atacado. Movimento semelhante tem aparecido nas divulgações dos IGPs da FGV nas últimas semanas. Os vilões são as commodities, como o petróleo e o minério de ferro.
No IGP-10 de maio, os destaques de alta no IPA-10, que mede os preços no atacado, são o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (aceleração de 3,00% em abril para 9,76% em maio) e os itens minério de ferro (de -10,36% para 3,90%), soja em grão (de 5,07% para 8,27%) e aves (de -5,04% para -2,11%).
Ainda no atacado, os preços dos alimentos sinalizam que a inflação ao consumidor tende a ficar controlada. No IPA-10, o subgrupo alimentos in natura desacelerou de 6,39% em abril para -6,23% em maio. No total, o IPA-10 acelerou de 0,70% em abril para 1,55% em maio.
Para o consumidor final, o grupo Alimentação se manteve comportado na passagem de abril para maio (de 0,20% para 0,10%).
“Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item frutas, que variou -0,27% em maio após registrar alta de 6,29%, em abril”, diz a nota divulgada mais cedo pela FGV. O IPC-10 ficou praticamente inalterado, com alta de 0,26% em maio, ante 0,26% em abril.
No total, cinco das oito classes de despesa componentes do IPC-10 desaceleraram. Além do grupo Alimentação, houve desaceleração nos grupos Habitação (0,36% para 0,25%), Transportes (0,22% para 0,08%), Vestuário (0,39% para 0,30%) e Educação, Leitura e Recreação (0,13% para 0,01%). “As maiores influências partiram dos seguintes itens: empregados domésticos (0,22% para 0,14%), etanol (0,87% para -3,07%), roupas femininas (1,16% para 0,78%) e excursão e tour (0,48% para -1,45%)”, diz a nota da FGV.
Na contramão, a variação de preços acelerou nos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,59% para 1,08%), Comunicação (0,03% para 0,14%) e Despesas Diversas (0,03% para 0,04%). Segundo a FGV, os maiores avanços foram observados nos itens medicamentos em geral (0,38% para 2,24%), mensalidade para TV por assinatura (0,10% para 1,71%) e serviço religioso e funerário (0,14% para 0,49%).