Opinião

Como o cidadão banca o PT no poder

Neste momento, em que você lê este texto, saiba que nada menos do que 2.400 companheiros são muito bem pagos para dar sustentação ao PT no poder absoluto no segundo maior município do Estado de São Paulo, que – não por acaso – é Guarulhos. Eles recebem algo em torno de R$ 8 milhões todo mês sem nunca terem passado em um concurso público para chegar a seus postos. O máximo que fizeram foi ter empunhado bandeiras vermelhas ao longo da campanha à reeleição do prefeito Sebastião Almeida (PT) nas esquinas da cidade.


Ou seja, suaram bastante para garantir a boquinha. E conseguiram. Esses números, bastante consideráveis, só estão sendo divulgados agora a quem os paga – toda a população – porque o prefeito Almeida foi obrigado, pela Justiça, a regularizar o quadro funcional da Prefeitura, inclusive divulgando quem são os comissionados com as respectivas funções e salários. Assim, a caixa preta foi aberta nesta semana.


Na lista de agraciados, figurinhas carimbadas. Tem ex-vereadores que não conseguiram se reeleger, além de uma parentaiada que não tem fim. Filhos, maridos, esposas, primos, genros, cunhados que recebem salários que variam entre R$ 2 mil e mais de R$ 11 mil todo mês. São valores bem acima da média que a Prefeitura paga aos mais de 20 mil servidores concursados, que há anos labutam por salários dignos para manter a cidade em pé.


Aliás, entre esses 2.400 comissionados até existem alguns que trabalham. Mas, com certeza, um grande contingente nem sabe onde bater o ponto, já que são dispensados dessa formalidade. Aí, numa tradução rápida do que isso significa, é possível entender porque, em 12 anos de PT no poder, nenhuma comissão de investigação foi aprovada na Câmara Municipal. Também dá para saber porque todos os projetos do Executivo passam pelos vereadores sem qualquer cerimônia. É o Legislativo a serviço de Almeida, graças às benesses do poder, que são bancadas pelo dinheiro público.


Numa conta rápida, são quase R$ 100 milhões por ano só de salários pagos pela Prefeitura a esses 2.400 e tantos comissionados. Com os encargos que incidem sobre a folha de pagamento, esse número se torna ainda mais representativo, consumindo perto de 5% do Orçamento de todo o município. Isso é legal? Do ponto de vista jurídico e institucional, parece que sim. Mas se for para o lado da ética e da moralidade, a história é bem outra. Mas isso importa para o partido do poder? Parece que não.


 

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