Comerciantes e moradores do Jardim Jade, na região do Jardim Novo Portugal, organizaram, na manhã desta sexta-feira, um mutirão com cerca de dez pessoas para limpar um edifício de dois andares, abandonado há mais de oito anos na rua Belém, 272, esquina com a rua Martina Leon de Huamani. O terreno era utilizado para atos ilícitos, como uso de drogas e prostituição.
Um dos representantes da comunidade, João Carlos de Jesus Sales, 47 anos, comenta que o local estava virando uma mini cracolândia. "Usuários de drogas usavam o terreno por 24 horas seguidas. Gente entrava e saía a qualquer hora, oferecendo perigo à vizinhança".
Raimundo Alves de Oliveira, 62, comerciante da região, relata que em dias quentes, o odor que exalava do edifício era insuportável. "O vento da esquina trazia um cheiro de urina e de podridão muito forte". Oliveira também afirma que a população se aproveitava do abandono para despejar lixo e animais mortos, que aumentava ainda mais o odor fétido.
Vizinho lateral do terreno, Sebastião da Cruz Carvalho, 66, diz que algumas vezes precisou chamar atenção dos usuários de drogas, quando estes se aproximavam demais da sua residência. Além da insegurança, principalmente no período da noite, Carvalho também se queixa de muitas crianças entre 8 e 10 anos que sobem no edifício para empinar pipa.
Outro ponto de risco apontado pela comunidade é a proximidade com a Escola Estadual Pastor e Vereador Antonio Grotikowsky. A unidade de ensino fica em frente ao terreno abandonado, o que pode motivar crianças e adolescentes para o consumo de drogas.
Após a limpeza, com apoio do Stap (Sindicado dos Trabalhadores da Administração Pública do Município de Guarulhos), a comunidade do Jardim Jade vai bloquear todas as entradas do edifício com concreto, a partir de hoje.