Em 2016, os conflitos agrários causaram a morte de 59 pessoas em todo o País, conforme dados preliminares divulgados na segunda-feira, 16, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Igreja católica. O índice é o mais alto desde 2003, quando 71 pessoas foram assassinadas em conflitos no campo. Em 2015, haviam sido 50 assassinatos, 14 a mais que no ano anterior. O número de 2016 está sujeito à revisão e o levantamento completo será divulgado em abril.
O Estado de Roraima ocupa o topo da lista dos mais violentos, vindo em seguida Maranhão e Pará. Entre os casos destacados pela CPT está o assassinato da militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Nilce de Souza Magalhães, em Porto Velho (RO), em janeiro de 2016. Ela desapareceu no dia 7, mas seu corpo foi achado em julho, amarrado a pedras, no fundo do lago da Hidrelétrica de Jirau.
Em abril, o líder rural Ivanildo Francisco da Silva, do PT, foi morto com um tiro na cabeça, à noite, no assentamento Padre João Maria, em Mogeiro (PB). A filha dele, de um ano de idade, foi poupada pelos criminosos e permaneceu ao lado do corpo até ser encontrada, na manhã seguinte.