Estadão

Confrontos deixam 18 mortos no sul do Peru

Confrontos entre policiais e manifestantes opositores da presidente do Peru, Dina Boluarte, deixaram desde segunda-feira, 9, menos 18 mortos na cidade de Juliaca, sul do país. A violência começou após manifestantes – que pedem a convocação de novas eleições gerais após a destituição do ex-presidente Pedro Castillo por um fracassado golpe de Estado – tentarem ocupar o aeroporto.

Segundo uma autoridade de saúde do Hospital Carlos Monge, as vítimas foram atingidas por balas. Um policial foi queimado dentro de uma viatura. Pelo menos 40 pessoas morreram desde o início dos protestos, em dezembro.

<b>Toque de recolher</b>

As manifestações contra Boluarte foram retomadas há uma semana, após uma trégua de 15 dias pelas as festas de fim de ano. Estradas e aeroportos voltaram a ser bloqueados em 6 das 25 regiões do país. O epicentro dos protestos é a região de Puno, na fronteira com a Bolívia, onde uma greve foi convocada no dia 4 por tempo indeterminado. Nesta terça, 10, o governo anunciou toque de recolher em Puno para conter a violência. De lá, organiza-se uma marcha até a capital, Lima, que deve começar amanhã, segundo convocações de diferentes coletivos sociais, que reúnem sobretudo camponeses.

Em Ayacucho, os manifestantes conseguiram ontem a suspensão das operações do aeroporto.

Além da saída da atual presidente, as manifestações exigem a convocação de uma Assembleia Constituinte e a libertação de Castillo, que cumpre 18 meses de prisão por rebelião. As manifestações têm sido realizadas nos arredores de áreas turísticas, Cuzco, Arequipa, Madre de Dios, Tacna e Apurimac.

<b>Evo</b>

Enquanto o país vive uma grave crise institucional e política, o governo de Boluarte proibiu ontem a entrada do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, no território peruano. Evo foi acusado de "intervir" nos assuntos internos do Peru.

Evo, que presidiu a Bolívia entre 2006 e 2019, teve presença ativa na política peruana desde a entrada de Castillo no poder, em julho de 2021, até a sua deposição, em 7 de dezembro. No ano passado, o Parlamento controlado pela direita declarou Evo persona non grata. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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