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Conselho de patrimônio tomba complexo ferroviário de Sorocaba

Um dos mais significativos conjuntos ferroviários de São Paulo foi incluído na lista de bens protegidos pelo patrimônio histórico do Estado. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) aprovou na segunda-feira, 20, o tombamento da estação, oficinas, centro administrativo, residências e o pátio de manobras de Sorocaba, interior de São Paulo.

A estação, inaugurada em 1875, é marco da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) e conserva as características arquitetônicas originais. No inicio, a ferrovia tinha o marco zero na estação Júlio Prestes, em São Paulo, e terminava em Sorocaba.

O tombamento inclui o armazém restaurado, transformado em sede do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), o chalé francês, hoje um centro cultural, e o casarão que abriga o Museu Ferroviário. O conjunto fica na região central da cidade. O prédio original da estação foi ampliado em 1929, tornando-se um dos maiores da Sorocabana. O tombamento acontece em um momento em que o edifício enfrenta acelerado processo de deterioração. Um projeto de recuperação está parado por falta de recursos.

Construída para absorver a produção de algodão de Sorocaba e de minérios da Imperial Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, na atual Iperó, a ferrovia induziu o desenvolvimento de grande parte do interior. “É um dos mais completos remanescentes da antiga Sorocabana, uma das principais ferrovias paulistas”, assinala o parecer do Conselho.

Na década de 1940, com a eletrificação da linha, a estação passou a receber trens elétricos. Em 1971, a Sorocabana foi incorporada pela estatal Ferrovias Paulistas S/A (Fepasa) e, em 1988, a ferrovia foi concedida à iniciativa privada. O último trem de passageiros partiu da estação em 2001 com destino a Apiaí.

De acordo com José Antônio Chinelato Zagato, da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico do Condephaat, o tombamento valoriza o significado cultural desse patrimônio e assegura sua preservação para a comunidade. Ele lembra que a comunidade contribuiu para a proposta de tombamento, através da consulta pública aberta no ano passado. Mais de 80 colaborações foram analisadas. “O resultado foi positivo, pois houve apoio absoluto à preservação como patrimônio cultural”, disse.

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