Por 11 votos favoráveis e quatro abstenções, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) aprovou a instalação da ciclovia no canteiro central da Avenida Paulista. A decisão foi tomada pelos conselheiros no último dia 24 e publicada na quarta-feira, 10, no Diário Oficial do Estado.
Na mesma sessão, além de garantir autorização para a Secretaria Municipal dos Transportes executar a obra, o Condephaat, que é vinculado à Secretaria Estadual da Cultura, ainda escolheu não acatar a proposta de uma de suas conselheiras, Valéria Rossi Domingos, de mudar a cor das ciclovias que passem diante de bens tombados na capital paulista, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Nesse caso, houve sete votos contrários, seis favoráveis e uma abstenção. Com isso, as ciclovias podem continuar sendo construídas com a cor do restante das vias, o vermelho. Há alguns meses, membros do PSDB chegaram a acusar a administração Fernando Haddad (PT) de escolher a cor de seu partido para sinalizar as vias exclusivas de bikes, embora essa seja a cor regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
O órgão federal estabeleceu que a cor vermelha, adotada em países como a Holanda, onde há extensivo uso de bicicletas, é “utilizada para proporcionar contraste, quando necessário, entre a marca viária e o pavimento das ciclofaixas e/ou ciclovias, na parte interna destas, associada à linha de bordo branca ou de linha de divisão de fluxo de mesmo sentido”.
O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) já havia avaliado que a intervenção não causaria impacto a bens tombados e, portanto, o caso não chegou a ser encaminhado para deliberação.
Sobre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a reportagem não conseguiu confirmar na manhã desta sexta-feira, 12, se o processo já foi avaliado.
A construção da ciclovia no canteiro central da Avenida Paulista está prevista para começar na primeira semana de 2015, segundo o cronograma da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). As obras só devem ser finalizadas em meados do ano que vem.
O mecanismo será construído onde hoje fica o canteiro central da avenida, ao longo do eixo de 3,8 km da Paulista e da Avenida Bernardino de Campos. Esta última passará também por um processo de requalificação urbanística, com o enterramento da fiação – obras que, por sinal, já tiveram início. O projeto total está orçado em R$ 15 milhões.