Estadão

Construção ensaiava recuperação no período pré-pandemia, mostra pesquisa do IBGE

No período pré-pandemia, o setor de construção ensaiava uma recuperação após anos de perdas. Em 2019, a indústria da construção tinha 125,1 mil empresas ativas, 481 companhias a mais que em 2018. O resultado representa o primeiro avanço desde 2015, quando o País enfrentava uma recessão econômica. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), referente a 2019, divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano de 2019, a indústria de construção empregava 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a 32,5 mil trabalhadores contratados em relação a 2018, alta de 1,7% no pessoal ocupado no setor, o primeiro resultado positivo desde 2014. O setor pagou R$ 56,8 bilhões em salários e outras remunerações no ano, um aumento real de 2,7%, a primeira alta também desde 2014.

"A atividade de construção, que havia se retraído em 2017 e 2018, retomou o crescimento no ano de 2019 (1,5%), dado corroborado pelo saldo positivo na criação de empregos formais após vários anos de queda ou estagnação", apontou o IBGE, acrescentando que os dados da PAIC 2019 estão inseridos num contexto de recuperação do setor, embora ainda incipiente.

A indústria da Construção movimentou R$ 288,0 bilhões em 2019, sendo R$ 273,8 bilhões em obras e/ou serviços (95,1%) e R$ 14,2 bilhões em incorporações (4,9%).

O setor privado respondeu pela contratação de 69,7% do valor de obras e/ou serviços da construção no ano. Nos Serviços especializados para construção, 82,1% da demanda foi privada contra 17,9% de demanda pública. No segmento de Construção de edifícios, 79,5% do valor das obras foram contratados pelo setor privado, enquanto os demais 20,5% foram do setor público.

A participação do setor público na indústria da Construção caiu 11,1 pontos porcentuais em quase uma década, saindo de 41,4% em 2010 para 30,3% em 2019. Nas Obras de infraestrutura, a queda foi de 8,4 pontos porcentuais, passando de 59,7% para 51,3%.

Em relação a 2010, o número de empresas de construção cresceu 61,4%, mas o setor perdeu 22,5% de seus postos de trabalho, o equivalente a 554,1 mil trabalhadores a menos. O auge da ocupação na década foi em 2013, com 2,968 milhões de trabalhadores. De 2013 a 2019, a perda de postos de trabalho chegou a 35,9%, menos 1,1 milhão de vagas.

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