O consumo de gás natural no País recuou 7,1% em novembro do ano passado, para 74,656 milhões de metros cúbicos/dia, ante 80,331 milhões de metros cúbicos/dia no mesmo mês de 2014. Com o resultado, a média do ano é de 71,348 milhões de metros cúbicos/dia. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
“Os números refletem a redução da atividade industrial e a desaceleração da economia brasileira. (…) O País precisa de políticas que fortaleçam o mercado de gás natural, ampliando a oferta desse energético a preços competitivos, estimulando novos investimentos, especialmente no setor industrial”, afirma o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, em nota.
Por segmento, o industrial apresentou o pior resultado do ano. A queda, na comparação com o mês de outubro, foi de 3,80%, enquanto na comparação com o mesmo período de 2014, houve queda de 4,51%. A retração no segmento industrial foi atenuada pela inclusão do volume comercializado pela Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) à Refinaria Abreu Lima (RNEST), cujo faturamento estava em negociação com a Petrobras e foi regularizado em novembro por um acordo entre as partes, o que também contribuiu o resultado do segmento no acumulado do ano, de crescimento de 2,4%.
O segmento comercial também refletiu a desaceleração da economia brasileira, com redução de 2,07% em novembro na comparação com outubro. Frente a novembro de 2014, o crescimento é de 3,47%, resultado do investimento das distribuidoras em expansão de rede e captação de novos clientes. O acumulado no ano é de 3%. O residencial recuou 1,8% na comparação com o mês anterior, em grande parte ocasionado por causa da sazonalidade do período, que apresentou temperaturas mais elevadas, o que diminui o consumo de gás em aquecedores de água de chuveiros, por exemplo.
Já o segmento automotivo confirmou a tendência de alta registrada já no mês anterior e cresceu 1,5% em novembro na comparação com outubro. O segmento de cogeração apresentou crescimento de 10,5% em novembro na comparação com o mês anterior e de 16,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a geração elétrica utilizando gás natural apresentou retração de 1,5% na comparação com o mês anterior e 15% com o mesmo período de 2014, refletindo a redução da demanda por energia elétrica do país – outro indicador da desaceleração da economia.
Regiões
Na região Sudeste, os segmentos automotivo e de cogeração tiveram altas de 1,7% e 2,5%, respectivamente. Na região Sul, destaque para o segmento residencial, com alta de 26,8%.
No Nordeste, o segmento industrial teve crescimento de 36,9%, em virtude da inclusão do volume comercializado pela Copergás à Refinaria Abreu Lima (RNEST). Na região Norte, o segmento comercial cresceu 7,1%. No Centro-Oeste, o ponto alto foi o segmento de cogeração, com 1,3%.