Convidados da posse de Luiz Fux estão com covid-19

Pelo menos quatro autoridades que foram à posse do ministro Luiz Fux como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira passada, estão com a covid-19. Nesta quarta, 16, confirmaram o diagnóstico da doença o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, que está internada.

Também presentes à cerimônia, os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão e Antonio Saldanha Palheiro contraíram o vírus. Os dois passam bem e têm participado normalmente de sessões de julgamentos da Corte. Na segunda-feira, a assessoria do STF já havia informado que Fux foi diagnosticado com o novo coronavírus.

Maia afirmou ao <b>Estadão/Broadcast</b>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que está bem, sem sintomas mais graves. "Ele manifestou sintomas brandos da doença e está se tratando na residência oficial, onde seguirá em isolamento, respeitando as recomendações médicas", informou a Câmara, em nota.

Maria Cristina também apresenta "sintomas leves", de acordo com informações do TST, mas deve permanecer internada no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. Durante o período de afastamento, a presidência do TST será exercida pelo vice-presidente do tribunal, ministro Vieira de Mello Filho.

Fux tomou posse em uma cerimônia que reuniu cerca de 50 convidados, por causa das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. O ministro do Supremo Marco Aurélio Mello criticou a realização de um evento presencial e disse que tentou evitar contato com outras pessoas durante a posse.

"Marcaram a posse presencial sem consultar os integrantes. Ponderei ao (então) presidente (do STF) Dias Toffoli que, por mim, seria por videoconferência. Fui porque tinha que falar em nome do tribunal. Não fosse isso, não teria ido", disse à reportagem Marco Aurélio, que fez uma homenagem a Fux durante a cerimônia.

"Mesmo assim, não me juntei aos demais convidados de honra na sala de lanches e entrei no plenário, por último, e pela outra porta, saindo direto para pegar o carro oficial", acrescentou o ministro. Marco Aurélio afirmou que não fez o exame.

No caso de Fux, o Supremo disse que ministro buscou atendimento médico, no Rio, no fim de semana passado, após apresentar um aumento de temperatura corporal. Fez o teste de covid e o resultado deu positivo.

"A suspeita é de que ele possa ter contraído o novo coronavírus em almoço de confraternização familiar no sábado", afirmou o tribunal, em nota. Ainda segundo a Corte, Fux "passa bem" e está em isolamento. Ontem, o novo presidente do STF comandou uma sessão realizada por videoconferência.

<b>Linha sucessória</b>

Entre as maiores autoridades políticas do País, Maia era o único que ainda não tinha sido contaminado. Em março, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou resultado positivo para covid-19. Em julho, o presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com a doença.

No sábado passado, Maia compareceu à cerimônia de casamento da advogada Anna Carolina Noronha, filha do ex-presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha. O filho "04" de Bolsonaro, o estudante Jair Renan, e a ex-mulher do presidente Ana Cristina Valle também prestigiaram o evento, em Brasília. Sem usar máscaras, os dois posaram para fotografias ao lado de Noronha.

A propagação do vírus causou apreensão entre magistrados. Segundo o Estadão apurou, os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso foram submetidos a testes e obtiveram resultado negativo para a covid-19. Já o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, a ministra do Supremo Cármen Lúcia e o ministro do STJ Marco Aurélio Bellizze ainda aguardam seus resultados.

<b>Testes</b>

O STF informou à reportagem que "implementou todos os protocolos" de prevenção para a cerimônia de posse de Fux. Disse ainda que todos os servidores que atuaram nos preparativos do evento estão sendo testados. Ao todo, desde o início da pandemia, 157 pessoas contraíram a doença, entre servidores, colaboradores e estagiários do tribunal.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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