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Corinthians acerta refinanciamento de dívida e Itaquerão vai custar R$ 2 bilhões

Sem pagar o financiamento do Itaquerão desde maio do ano passado, o Corinthians, enfim, chegou a um acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF) para retomar o pagamento das mensalidades da arena cujo custo, agora, será de cerca de R$ 2 bilhões. Com o novo contrato, a ser sacramentado nos próximos dias, o clube vai demorar mais tempo para quitar o estádio. No entanto, arcará com um valor mensal menor.

O Corinthians pagava R$ 5 milhões por mês e passará a despender pouco mais de R$ 3 milhões. O prazo do financiamento sobe de 12 para 20 anos e o valor total vai aumentar, em decorrência dos juros. Antes do novo acordo, a dívida estava na casa dos R$ 1,6 bilhão.

Além da alteração no valor da parcela e do prazo de pagamento, o clube também tentou mudar o item contratual pelo qual toda a renda obtida em jogos do Corinthians na arena tem de ser revertida para o fundo que administra as contas do Itaquerão. Não conseguiu. Assim, continua sem poder utilizar o dinheiro da bilheteria.

Os dirigentes comemoraram o acerto. O estádio ficará ainda mais caro, entretanto eles entendem que ganharão fôlego para administrar as finanças do clube e conseguir honrar os pagamentos em dia. No ano passado, ocorreram atrasos na quitação de salários, pagamento de transferências e do próprio financiamento da arena. Em maio, o Corinthians suspendeu os pagamentos, entrou em contato com a Caixa e solicitou novo acordo.

Os atuais dirigentes alegam que a dificuldade em honrar todos os compromissos se deve em grande parte a dívidas antigas, deixadas pelos últimos presidentes, que eram da mesma chapa do atual mandatário, Roberto de Andrade – a crise política fez com que se afastassem. Só a contratação do atacante Alexandre Pato obrigou a atual diretoria a pagar R$ 5 milhões.

Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, revelou no ano passado que o clube chegou a se ver obrigado a tirar dinheiro do futebol para pagar o estádio, o que não deveria ocorrer.

Uma auditoria independente está sendo realizada para o clube saber exatamente o que foi feito pela Odebrecht e o que resta para a arena ser concluída. A construtora admite que não entregou 100% da obra e alega ter usado parte do dinheiro então disponível para outras intervenções no local que custaram mais do que o esperado.

REJEIÇÃO – A dificuldade em conseguir pagar a arena passa pelo fracasso nas negociações do “naming rights” do estádio. Os dirigentes disseram diversas vezes, ainda enquanto o Itaquerão estava sendo construído, que venderiam o nome rapidamente, mas as diversas notícias negativas sobre a obra – acidentes, alguns com mortes, possível envolvimento na Operação Lava Jato, etc – afastaram o interesse de várias empresas em ligar a sua marca ao estádio.

Em 2016, o Corinthians ficou muito próximo de fechar o “naming rights”, mas não conseguiu obter garantias financeiras da empresa com a qual negociava. No momento, não existe nenhuma negociação.

Em 25 de outubro passado, o jornal O Estado de S.Paulo publicou uma entrevista com Andrés Sanchez em que ele admitia estar disposto a aceitar um valor bem menor do que o esperado para poder fechar o “naming rights”. “Se chegarem com uns R$ 300 milhões ou R$ 200 milhões, eu aceito. O que pagarem a gente fecha (o Corinthians insistiu por muito tempo em R$ 400 milhões)”, disse.

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