O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou durante o seminário “Uma Agenda para Dinamizar a Exportação de Serviços”, realizado nesta segunda-feira, 15, que o financiamento às exportações de serviços, sobretudo de engenharia, é uma política de Estado.
Segundo ele, esse tipo de política é praticado em diversos países, tanto desenvolvidos como emergentes mais dinâmicos. Em alguns casos, comentou, as agências que fornecem garantias são maiores do que a própria atividade financiada. O presidente do BNDES disse que, em algumas situações, é possível mobilizar financiamentos privados, mas não sem uma política de Estado de longo prazo. Um dos exemplos é o mercado de aeronaves.
“No que tange à exportação de serviços de engenharia, o espaço para políticas de mercado é muito pequeno”, afirmou. De acordo com Coutinho, as condições oferecidas pelo Brasil são mais restritivas que em outros países, onde as agências chegam a financiar gastos domésticos, com uma flexibilização das políticas de conteúdo local. “Aqui temos uma postura muito focada e limitada ao financiamento à exportação de bens e serviços produzidos no Brasil”, afirmou.
Coutinho comentou que o mercado de financiamento soberano para exportações é de quase US$ 500 bilhões e bastante disputado. Ele lembrou que nos últimos anos alguns países europeus intensificaram suas políticas nessa área, notadamente a Espanha, que enfrentou um período difícil de crise. “Eles utilizaram as exportações de serviços como alavanca de crescimento, ferramenta anticíclica, porque são itens com alto valor agregado.”