Em uma articulação pública, via Twitter, o prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, decidiu avalizar o projeto de lei do vereador Eduardo Suplicy (PT) que garante um auxílio emergencial de R$ 100 por três meses para cada integrante de família beneficiada pelo Bolsa Família, vendedores ambulantes, trabalhadores informais e outros prejudicados pela pandemia do novo coronavírus durante três meses. A medida poderia beneficiar até 1,7 milhão de pessoas.
O presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), garantiu que o projeto será votado até o dia 22. Outros candidatos à Prefeitura criticaram a medida de Covas. Ao todo, seis concorrentes apresentaram propostas de programas de transferência de renda para amenizar o efeito das. Atual líder das pesquisas, Celso Russomanno (Republicanos) tem levado o tema para seu programa de TV, tentando mostrar afinidade com o governo federal na matéria.
O marqueteiro de Russomanno, Elsinho Mouco, apontou interesses eleitorais na medida e manteve o discurso segundo o qual a viabilização do projeto depende da renegociação da dívida do município com a União. Russomanno conseguiu um fato inédito, unir o Suplicy do PT com o BrunoDoria do PSDB. O que não faz um líder de campanha", disse Mouco.
O projeto que será votado na Câmara, no entanto, não depende de recursos federais. Segundo a nota técnica feita pelo gabinete de Suplicy, estarão aptos a receber o auxílio os 1,65 milhão de beneficiários do Bolsa Família além de outros 50 mil inscritos no programa Tô Legal, da Prefeitura, totalizando 1,7 milhão de pessoas. O custo por três meses de auxílio é de R$ 510 milhões e o projeto prevê a prorrogação do auxílio.
O dinheiro sairia dos 16 fundos municipais que tiveram as receitas desvinculadas para serem usadas em caráter emergencial durante a pandemia. O saldo destes fundos no dia 31 de maio era de R$ 2,3 bilhões.
"Covas quer compensar quatro anos de descaso com a periferia com um tuíte às vésperas das eleições. Nós sempre defendemos a proposta de uma renda solidária e propusemos que ela fosse implementada desde o início da pandemia", disse Josué Rocha, coordenador da campanha de Boulos, outro que propôs um programa do tipo.
O projeto de Suplicy já foi colocado na pauta da Câmara Municipal para votação por duas vezes, mas em nenhuma delas houve votos suficientes para a aprovação. O vereador afirmou que, depois disso, passou a apelar diretamente para Covas.
"Fiz um apelo, até mandei um vídeo para o Bruno Covas, e fui ter um encontro com o secretário da Fazenda, da Casa Civil, e mostrei a eles que é viável, são só três meses, R$ 100 por mês". disse Suplicy.
Segundo o presidente da Câmara, o projeto de Suplicy será votado em primeiro turno no dia 20 e em segundo turno no dia 22. Ao <b>Estadão</b>, ele se mostrou confiante quanto à aprovação. "Vamos sim conseguir aprovar o projeto porque haverá uma união de esforços na Câmara Municipal tanto da situação quanto da oposição para que a votação seja bem sucedida", disse Tuma.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>