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Cracolândia: Santa Ifigênia tem bar saqueado após dispersão de usuários de drogas

Um bar na Santa Ifigênia, região central de São Paulo, foi saqueado na madrugada desta quarta-feira, 6, após uma nova operação da Polícia Civil de São Paulo para dispersar o chamado "fluxo" da Cracolândia, que se concentrou nos últimos dias na Rua dos Gusmões. Ao todo, quatro suspeitos foram presos e autuados em flagrante por furto qualificado.

O estabelecimento atacado fica localizado na Rua dos Guaianases. "Nós sabemos que não existe uma quantidade suficiente de drogas sendo vendida no centro de São Paulo, está faltando drogas", disse o delegado Roberto Monteiro, da 1ª Seccional Centro. "É muito explicativo o fato de eles terem invadido um bar, por estarem justamente atrás de bebidas alcoólicas."

Para o delegado, não há relação direta entre o saque ao bar e operação realizada pela Polícia Civil, que começou por volta de 19h30 desta terça e se estendeu até 0h30 de quarta. Ele reforçou que não houve confronto durante a ação da Operação Caronte realizada na noite desta terça. "O que vejo é uma relação direta entre abstinência e a invasão do bar", disse ao <b>Estadão</b>.

O boletim da polícia aponta que, com o saque, foram furtados não só bebidas e maços de cigarro, como um televisor (avaliado em R$ 1.500) e outros pertences de valor do estabelecimento. Quatro suspeitos, descritos pela Polícia Civil como dependentes químicos, foram presos em flagrante e encaminhados ao 77º Distrito Policial (Santa Cecília).

<b>Operação Caronte</b>

Na noite desta terça-feira, 5, a Polícia Civil, sob a coordenação da 1ª Delegacia Seccional de Polícia (Centro), deflagrou a 16º etapa da fase V da Operação Caronte. A ação contou com a participação ativa da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar e teve como objetivo cumprir 28 mandados de prisão. Eles foram expedidos pelo Poder Judiciário a partir de trabalho de inteligência e investigação do 3º e 77º Distrito Policial.

A incursão visava ainda a prender em flagrante traficantes em atividade na Avenida Rio Branco e na Rua Guaianases. Cerca de 100 dependentes químicos integravam o fluxo nesses locais, informou o delegado Roberto Monteiro. O número é bem menor do que o mensurado no início do ano, quando o fluxo que migrou para a Praça Princesa Isabel era estimado em cerca de 500 pessoas.

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