Ideólogo da tese de refundação do PT, lançada após o escândalo do mensalão, o ex-governador e ex-ministro da Educação Tarso Genro (PT-RS) não participará da celebração dos 36 anos do partido, prevista para ocorrer neste sábado, 27, no Rio de Janeiro. Na véspera das comemorações, o diretório nacional do PT se reúne para discutir temas relacionados à conjuntura política e econômica, tática eleitoral e organização interna da legenda.
“Eu não vou nem na reunião do Diretório Nacional nem no evento festivo. Não vou porque não é uma prioridade da minha agenda, neste momento. A última reunião do diretório e o congresso do partido não tiveram nenhum debate importante, não houve nenhuma discussão efetiva e profunda, então, me outorgo o direito de, neste momento, não participar”, afirmou Tarso Genro ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
A ausência do ex-governador do Rio Grande do Sul nas comemorações do aniversário do PT ocorre após ele não ter aceitado participar do Conselho Político da legenda, responsável pela condução dos principais debate internos do partido.
“Estou numa posição pouco reservada em relação às questões do partido, em relação às reuniões, porque tem um debate muito delicado que eu tenho uma posição muito característica de crítica na relação partido e governo. A contribuição que vou mandar é um manifesto sobre o movimento de exceção que está sendo feito hoje no País dentro da ordem jurídica”, afirmou.
Em entrevista concedida ao jornal em agosto, Genro considerou que o PSDB e até o PMDB tinham naquela ocasião mais chances de vencer a eleição presidencial de 2018 se o governo Dilma Rousseff não mudar a política econômica nem fizer as pazes com sua base social e com a classe média. “Esse PT que está aí chegou ao fim de um ciclo”, afirmou Tarso.
Temas
O encontro da direção nacional do PT está previsto para ocorrer de sexta-feira, 26, a sábado, 27, no Rio de Janeiro. Entre os temas colocados na pauta de discussão pela cúpula da legenda estão as transformações do capitalismo global e as perspectivas atuais; transformações do capitalismo brasileiro e os desafios das esquerdas no Brasil; e as tarefas do PT frente aos 36 anos de transformações do capitalismo no Brasil.
O encerramento será feito com um show de Diogo Nogueira e bateria da Escola de Samba Portela.