O Pyramids, do Egito, acionou o Cruzeiro na Fifa em decorrência de uma dívida que envolve a negociação do meio-campista Rodriguinho, que hoje joga no Bahia. O clube egípcio requer que os mineiros paguem US$ 3 milhões (R$ 16 milhões na cotação). Entretanto, esse não é o valor total da dívida e o departamento jurídico, apesar de estar ciente do problema, não deve dar prioridade para este caso no atual momento. Mas é mais um processo contra o time de Minas Gerais que pode atrapalhá-lo em sua tentativa de voltar para a elite do Campeonato Brasileiro.
"Tem o Rodriguinho, do Pyramids, mas esse começou agora e é um processo que vai mais para frente. É um problema que eu espero resolver, se continuarmos aqui, quem sabe até o ano que vem ou algo assim. Tenho algumas questões imediatas e mais importantes para resolver", revelou Flávio Boson, responsável pelo departamento jurídico do clube mineiro, em entrevista coletiva por videoconferência na noite de quinta-feira.
Ao todo, a transferência de Rodriguinho foi firmada em US$ 7 milhões (R$ 40 milhões) e o Cruzeiro pagou, até o momento, somente US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões). O valor requisitado pelo Pyramids é referente a parcelas vencidas e não pagas pelo clube mineiro. Resta ainda uma parcela a ser quitada no valor de US$ 3 milhões, que vence em 2022.
O Cruzeiro deu como garantia de pagamento dessa última parcela 20% dos direitos econômicos do zagueiro Murilo e dos atacantes Raniel e Vinícius Popó ao Pyramids. De acordo com a legislação da Fifa e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), essa operação é irregular. Esses jogadores já não atuam mais pelo clube mineiro.
O Cruzeiro ainda aguarda o recebimento de outras cobranças. O clube não quitou as dívidas de negociações de Arrascaeta (com o Defensor, do Uruguai), Riascos (com o Monarcas Morelia, do México) e com o treinador português Paulo Bento e sua comissão técnica.
"A palavra mais importante que trazemos, assim com o presidente Sérgio Santos Rodrigues, é otimismo. Muitos falaram que o Cruzeiro não teria condições de acertar nada, que seria rebaixado e perderia até 12 pontos como punição da Fifa. Chegamos em setembro e estamos trabalhando para resolver todas as pendências. É tudo fruto de episódios chatos e injustos que não gostaríamos de ver, mas mantemos o otimismo porque o clube não vai deixar de honrar com suas responsabilidades", completou Boson.
Os débitos cobrados na Fifa tem causados problemas sérios para o Cruzeiro. O clube iniciou a disputa da Série B do Brasileiro com menos seis pontos e, por isso, está perto da zona de rebaixamento da competição. Além disso, na última quarta-feira foi impedido de registrar novos jogadores em uma ação do Zorya, da Ucrânia, que cobra 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,3 milhões) pela transferência do atacante Willian.