A cúpula do PMDB oficializou na manhã desta quarta-feira, 15, o início do processo de ruptura com o PT para as eleições de 2018. Evento para anunciar investimento nas redes sociais do partido reuniu o vice-presidente da República, Michel Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), o ex-presidente da República José Sarney (AP), além de deputados e senadores. Todos defenderam que o partido tenha candidato à Presidência nas próximas eleições.
“Estamos abertos a todas as alianças com todos os partidos. Apenas o que está sendo estabelecido é que o PMDB quer ser cabeça de chapa em 2018”, disse Temer. “Hoje é uma postulação de todo o PMDB, de todos os setores do PMDB, e neste particular, a Fundação Ulysses Guimarães, que é o centro de estudos do PMDB, levando adiante esta tarefa vai mobilizar toda militância do partido e, posteriormente, o povo brasileiro nas eleições”, afirmou o vice-presidente e articulador político do governo.
O objetivo formal do evento era apresentar a estratégia para fortalecer o PMDB nas redes sociais. “O objetivo é habilitar o PMDB para as eleições de 2016 e, sequencialmente, para 2018. A interação com as redes sociais é uma coisa fundamental nos dias atuais”, disse Temer.
Renan disse que a atual aliança com o PT é “circunstancial” e disse que o governo já está avisado que o PMDB terá candidato próprio nas próximas eleições presidenciais. “O PMDB tem uma aliança com PT, uma aliança estratégica, circunstancial, porque ela deveria acontecer em torno de um programa, apenas de um programa. Mas o PMDB, desde logo, está deixando claro, absolutamente claro, que vai ter um projeto de poder que vai ter um candidato competitivo a presidente da República”, afirmou o presidente do Senado.
“Hoje é dia 15, dia do PMDB. É o dia mais propício para que a gente possa dar a largada no processo político ao qual o PMDB volta definitivamente para o berço da busca do seu caminho. Seu caminho de identificação com a população, de busca de defender as suas teses, seu caminho de chegarmos a 2018 com o direito de disputar o eleitor com as nossas ideias”, afirmou Eduardo Cunha.
“Nós estamos num momento político delicado. O PMDB faz parte de uma aliança, mas o PMDB sabe que, em 2018, ele quer buscar o seu caminho e não é com essa aliança”, disse o presidente da Câmara.
Para Cunha, como “time que não joga não tem torcida”, o PMDB precisa enfrentar as eleições. “O PMDB, se não disputar eleições, não vai ter admiradores, não vai ter quem defenda as suas ideias. Então, o PMDB tem que se posicionar no processo político para a busca daquilo que ele sempre teve, a sua identificação real com o eleitorado”.