Dólar abre com viés de alta, mas passa a cair com ajustes e sinais de fluxo

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro subiu 0,89%, acima do dado de outubro (0,86%) e do teto das previsões do mercado (0,70% a 0,85%, com mediana de 0,78%), içando os juros futuros em meio a leves altas do dólar nos primeiros negócios.

Mas a moeda americana já passou a cair no mercado à vista, tirando um pouco a força das taxas de juros médias e longas, uma vez também que a média dos cinco núcleos do IPCA arrefeceu de 0,51% em outubro para 0,44% em novembro.

Os agentes de câmbio ajustam em baixa as cotações da moeda spot ao fechamento anterior, quando o contrato futuro de janeiro ampliou perdas no fim da tarde, após desmentido do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do relator da PEC Emergencial, senador Marcio Bittar (MDB-AC), de que minuta da proposta, vazada pelo Broadcast/Estadão, deve prever flexibilização do teto de gastos. Bittar enviou uma nova versão do texto sem o furo no teto, após os ruídos de ontem à tarde. O fluxo cambial pode estar positivo também, afirmam.

Apesar das negativas de Guedes e Bittar, fontes do governo admitiram ao Estadão/Broadcast que a discussão sobre uma eventual flexibilização no teto deve retornar em fevereiro, após eleição para as mesas da Câmara e do Senado. Guedes fala de novo às 10h30 e pode movimentar mais os negócios.

Além disso, o debate sobre aumento da inflação sem crescimento econômico potente pode ganhar corpo nesta véspera do anúncio da decisão do Copom para a Selic, a ultima do ano. O IPC-S também subiu para 1,35% na primeira quadrissemana de dezembro, ante 0,94% no fechamento de novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). É a inflação mais alta registrada pelo índice desde a segunda leitura de fevereiro de 2016, quando houve inflação de 1,42%.

No exterior, predomina cautela em meio ao aumento de casos de covid-19 no mundo e a falta de acordo sobre novos estímulos fiscais nos EUA e nas negociações pós Brexit entre Reino Unido e União Europeia.

Às 9h31, o dólar á vista caía 0,45%, a R$ 5,0967. O dólar para janeiro recuava 0,08%, a R$ 5,0965 – ainda levemente menor que o preço à vista, apontando continuidade de disfuncionalidade no câmbio, segundo operadores.

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