Em uma sessão marcada pela baixa liquidez no Brasil, o dólar encerrou o dia em leve alta ante o real nesta segunda-feira. O principal vetor para o mercado foi, novamente, as incertezas em relação ao crescimento global em função do surto de coronavírus na China. As chuvas que atingem São Paulo desde a noite de domingo reduziram as negociações nas mesas.
O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,03%, aos R$ 4,3220. Já a moeda americana para março subiu 0,07%, aos R$ 4,3290. O volume de dólar futuro negociado ficou perto de US$ 13,3 bilhões – abaixo do que é visto em um dia normal de negócios.
"Muita gente não chegou ao trabalho hoje por conta das chuvas. E quem chegou às vezes tem problemas para processar a operação", comentou durante a tarde o profissional da mesa de câmbio de um grande banco. "Muito trader ficou em casa."
De acordo com o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan, alguns bancos nem chegaram a abrir posições no mercado, porque tinham dificuldades no backoffice para atender os clientes. "O mercado nem pode oscilar tanto, porque não há nem muito parâmetro para oscilar. Parece que é um dia de não mercado", comentou.
Durante a sessão, o dólar à vista chegou a registrar a máxima de R$ 4,3292 (+0,19% em relação ao fechamento de sexta-feira), um recorde histórico em termos nominais. O viés de alta era puxado pelas incertezas em relação aos impactos da epidemia de coronavírus sobre o crescimento da China e, em consequência, do restante do mundo.
Hoje, foi a vez de o Itaú Unibanco indicar que há risco de baixa em sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e 2021, atualmente em 2,2% e 3,0%, respectivamente.