O dólar retoma a alta no mercado doméstico em meio à volatilidade no exterior. Os operadores reagem mal também à decisão do Banco Central de voltar a vender US$ 1 bilhão via swap cambial no mercado futuro, em vez de continuar injetando dinheiro novo à vista, como fez nas últimas duas sessões com a venda de US$ 5,5 bilhões.
A Renascença DTVM diz que a atuação mais tímida do BC nesta quarta-feira ajuda a elevar o dólar. Além disso, a corretora destaca em relatório as medidas de estímulos já anunciadas hoje, que ajudam na queda dos juros futuros no Brasil. O Banco da Inglaterra cortou a taxa básica de juros britânica em 0,50 p.p, de 0,75% para 0,25% ao ano, o governo da Austrália anunciou pacote adicional de gastos com saúde e a chanceler alemã Angela Merkel anunciou que a União Europeia irá investir 25 bilhões de euros para contornar os impactos do coronavírus.
O foco agora é no secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. Ele participa de audiência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e pode falar sobre o esforço bipartidário em negociação por uma saída econômica à crise do vírus. Mais cedo foi divulgado que o índice de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos subiu 0,1% em fevereiro ante janeiro, acima da previsão de estabilidade para a taxa.
O IPCA de janeiro, divulgado pelo IBGE, acelerou para 0,25% na margem. O indicador veio no teto das estimativas dos analistas, mas não altera a perspectiva de corte de 25 pontos-base da Selic na próxima semana em meio aos impactos econômicos incertos do surto de coronavírus no mundo e no Brasil.
Às 9h28 desta quarta-feira, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 4,6621. O dólar para abril avançava 0,30%, a R$ 4,6685.