Economia

Decepção com Ibope e correção técnica derrubam Bovespa

A Bovespa ignorou nesta sexta-feira, 8, o otimismo que prevaleceu em Nova York e fechou em queda considerável. Além da decepção com a pesquisa Ibope divulgada na noite de quinta-feira, 7, sobre a corrida presidencial, operações ligadas ao vencimento do Ibovespa futuro, na próxima semana, podem ter colaborado para a queda. A Petrobras, que figurou entre as maiores baixas hoje, divulgada seu resultado ainda nesta noite.

O Ibovespa terminou o pregão com queda de 1,09%, aos 55.72,93 pontos. Ao longo da sessão, oscilou entre a mínima de 55.319,36 pontos (-1,55%) e a máxima de 56.186,89 pontos (estável). O giro financeiro foi de R$ 5,89 bilhões. Na semana, o índice acumulou queda de 0,59%, enquanto no mês a retração é de 0,46%.

Entre as maiores altas aparecem Marfrig (+3,40%), Embraer (+2,25%) e Usiminas (-2,25%). Já no campo negativo os destaques foram Estácio (-6,90%), Petrobras (ON -3,51% e PN -4,17%) e Kroton (-3,04%). Nas blue chips, Itaú (-1,35%) e Bradesco (-2,16%) caíram, acompanhando a retração do Banco do Brasil (-2,90%) e afetados pelo acionamento de ordens de stop loss. Já a Vale (ON +0,03% e PN +0,21%) teve um desempenho melhor, beneficiada pelo saldo comercial recorde da China em julho.

“A Bovespa vinha dando uma puxada com essa aposta de queda da Dilma na pesquisa. Hoje vemos a correção de uma aposta que se mostrou errada. Fora isso, só o balanço da Petrobras é que tem potencial para mexer com a Bolsa”, avaliou um operador de renda variável. Conforme mostrou a pesquisa do Ibope ontem, Dilma Rousseff manteve os 38% de intenções de voto apontados anteriormente, enquanto os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) oscilaram apenas um ponto para cima cada um, ficando com 23% e 9%, respectivamente. Num eventual segundo turno, a petista ganharia o pleito contra seus dois principais adversários.

Segundo operadores, muitos investidores que tinham montado posições envolvendo ações e renda fixa estão desfazendo essas operações antes do vencimento do Ibovespa futuro, no próximo dia 13. Isso acaba causando uma queda do índice à vista, apesar de os estrangeiros continuarem bastante comprados no Ibovespa futuro.

Enquanto isso, renovadas tensões geopolíticas, após os EUA atacarem posições rebeldes no Iraque, pressionaram as bolsas europeias, que fecharam majoritariamente em queda. Já nos EUA, um alívio da preocupação com a Ucrânia à tarde, com a Rússia retirando soldados da fronteira, animou os investidores. Também colaboraram para o bom humor dados econômicos positivos, como a alta de 2,5% na produtividade da mão de obra no segundo trimestre, bem acima da previsão de +1,6%. Assim, o índice Dow Jones subiu 1,13%, o S&P 500 ganhou 1,15% e o Nasdaq avançou 0,83%.

Entre as notícias corporativas, a forte retração da Estácio foi motivada pela baixa estimativa de captação de novos alunos no ensino presencial para o segundo semestre deste ano. Já operadores atribuem a alta da Marfrig à expectativa de abertura de mercado para as empresas de alimentos brasileiras em meio ao embargo da Rússia para os Estados Unidos, Canadá, Austrália e União Europeia.

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