Economia

Declaração da China de que reduzirá capacidade de produzir aço apoia metais

As renovadas declarações da China de que reduzirá sua capacidade de produzir aço geraram um grande rali no mercado de futuros de metais do país nesta segunda-feira. O episódio mostra a capacidade do governo local de mexer com os mercados, mas também gera preocupação de que os preços possam estar excessivamente altos.

As rebarbas de aço e o minério de ferro lideraram os ganhos, após o primeiro-ministro Li Keqiang pedir no fim de semana mais esforços para cortar o excesso de capacidade de produzir aço.

O minério de ferro – principal matéria-prima para o aço – subiu fortemente na abertura e manteve-se em patamar forte no pregão asiático, atingindo o limite diário de alta de 8%. O preço foi mantido no restante do pregão na Bolsa de Dalian, levando-o à máxima em quatro meses, em 570,5 yuans (US$ 84,66) a tonelada. Em Xangai, os futuros de rebarba de aço subiram para 3,733 yuans, na máxima em três anos e meio, em alta de 4,7% no dia e de 27% desde a mínima de junho.

Analista da Nanhua Futures, Fan Qingtian disse que o mercado está “excessivamente excitado”, já que os fundos tendem a entrar com força diante de qualquer notícia política sobre corte na capacidade das siderúrgicas. Pequim tem advertido repetidamente contra a produção ilegal de aço, que aumentou em linha com os preços do metal.

A China inicialmente se comprometeu em janeiro de 2016 com “reformas do lado da oferta” em seus setores de aço e carvão – reduzindo o excesso de capacidade de produção neles. No ano passado, a capacidade foi reduzida em 6% e 8% nesses setores, respectivamente. Neste ano, pelo menos dois terços das reduções almejadas para 2017 já tinham sido obtidos até maio. No primeiro semestre, segundo o governo, cerca de 120 milhões de toneladas de capacidade de produção de aço foi atingida porque a poluição que ela causa foi eliminada – 11% da capacidade de produção de aço e 15% da produção anual.

No sábado, porém, duas siderúrgicas em Tianjin e Hunan que haviam recebido ordem para interromper a produção de rebarbas de aço de baixa qualidade até o fim de junho estavam ainda produzindo após o prazo, afirmou o Conselho Estatal em nota no sábado. Li disse que é preciso manter a firmeza para reduzir o excesso de capacidade, segundo a agência estatal Xinhua.

Porém a maior parte do corte nunca foi na produção real, segundo analistas, e uma grande parcela da capacidade ilegal e poluente eliminada foi substituída por capacidade legal. Ainda assim, a ofensiva oficial deve melhorar significativamente a lucratividade das siderúrgicas chinesas.

A demanda, por sua vez, deve desacelerar no restante de 2017, disseram analistas, especialmente no setor de construção residencial. Fonte: Dow Jones Newswires.

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