Com os aumentos realizados na sexta-feira passada pela Refinaria de Mataripe, na Bahia, os preços de importação no porto de Aratu registram defasagem de apenas 1% em relação ao mercado internacional tanto para gasolina como para o diesel , enquanto os demais portos do País registram diferenças de preço da ordem de 8% e 11%, respectivamente. Os dados são da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
A disparada do preço do petróleo na semana passada levou a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, a reajustar o diesel em 12,4% e a gasolina em 3,6% a partir de sábado, 26. Mataripe, ex-Refinaria Landulpho Alves (Rlam), foi privatizada em dezembro do ano passado e tem feito reajustes semanais para a gasolina e o diesel, enquanto os demais combustíveis têm um ritmo menor de alteração.
Já a Petrobras, responsável pelas demais refinarias do País, que atendem 80% do mercado brasileiro de combustíveis, está há 18 dias sem reajuste. A estatal afirma que mantém os seus preços alinhados com o preço de importação e que faz movimentos a partir de mudanças estruturais, e não conjunturais.
De acordo com a Abicom, para equiparar os preços do mercado interno ao praticado no Golfo do México, a Petrobras deveria elevar a gasolina em R$ 0,33 o litro e o diesel em R$ 0,58 o litro. Pressões do governo, porém, tem segurado os reajustes da estatal, que chegou a ficar quase dois meses sem aumentar o preço da gasolina e do diesel, e mais de cinco meses sem reajustar o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, tem resistido às pressões e afirmado que é necessário equiparar os preços ao mercado internacional para manter o Brasil abastecido, principalmente de diesel, produto que depende 20% de importação.