Por meio de seu advogado, Eduardo Carnelós, o empresário José Amaro Ramos negou ao jornal “O Estado de S. Paulo” que os pagamentos recebidos da Odebrecht por causa do projeto de submarinos sejam propina e disse que o executivo Luiz Eduardo Soares, funcionário do Setor de Operações Estruturadas da empresa, não tinha conhecimento sobre o motivo dos repasses.
Segundo o advogado, Ramos é representante não oficial da francesa DCNS no Brasil e prestou serviços para a Odebrecht no âmbito do projeto do submarino. A empresa integra o consórcio do qual a Odebrecht faz parte. Carnelós afirmou que Ramos trabalha no projeto do submarino desde 2003 e foi ele quem apresentou a Odebrecht aos franceses. A DCNS, no entanto, nega que o empresário tenha prestado serviços no âmbito do projeto de submarinos.
Sobre os pagamentos terem sido efetuados no exterior e por meio do “departamento de propina”, o advogado de Ramos disse que foi a Odebrecht quem estipulou a forma de repasse do recurso e que seu cliente foi contra o método, uma vez que ele precisou criar a engenharia financeira no exterior necessária para receber os valores.
Ramos afirmou ainda, por meio de seu advogado, que presta serviços à Odebrecht desde a década de 1970. Sobre a reunião na casa do empresário, o advogado declarou que os executivos procuraram seu cliente para confirmar que os valores pagos pela Odebrecht não teriam como destino pessoas politicamente expostas. No encontro, Ramos teria afirmado que não faria repasse a nenhum agente público.
O advogado Helton Márcio Pinto, responsável pela defesa de Othon Pinheiro da Silva, disse que “não se pronuncia sobre fatos em investigações que não teve acesso”. Paulo Sérgio Vaz de Arruda afirmou que não iria se manifestar sobre “vazamento de delação” e disse ser “vítima de uma grande armação de pessoas envolvidas nessa trama”.
A Odebrecht informou que “não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. A empresa está implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade”, afirmou.
A Marinha informou que, até o momento, não tomou conhecimento sobre qualquer delação envolvendo o Prosub. Por meio de assessoria, a DCNS disse que “segue rigorosamente as leis brasileiras e internacionais, as mais rígidas regras de compliance e os termos do contrato em vigor para o Prosub”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.