O vereador mais votado da história de Guarulhos, o delegado Gustavo Mesquita (Republicanos) @delegadomesquita, foi o responsável pelo discurso mais forte na primeira sessão legislativa do ano, após a escolha do presidente da Casa, Fausto Martello. Durante os debates para a formação das comissões permanentes, Mesquita achou estranho o fato de perceber que seu partido, o Republicanos, não permitiu que ele fosse o indicado para integrar a Comissão de Ética.
Mesquita subiu à Tribuna e discursou, deixando claro que o novo governo do prefeito Lucas Sanches (PL) estaria interferindo diretamente na formação das comissões da Casa. “Para muitos isso pode parecer normal, mas isso me espanta muito. Acabamos falar da importância da independência do Poder Legislativo. Eu assisto momento após momento de que diante de uma substituição numa comissão, diante de uma decisão partidária, precisa pedir a benção e o amém do governo”, criticou.
O vereador do Republicanos lamentou a interferência direta do Executivo. “O governo interfere na formação de comissões, no embrião já do funcionamento da casa legislativa, dentro da bancada partidária”, afirmou, questionando em seguida: “Resta alguma liberdade para nosso poder legislativo?”.
Mesquita afirmou ainda que não quer parecer ser melhor ou pior do que qualquer um para participar da comissão de ética. Mas entendeu que a interferência para que seu nome não fosse indicado revelava que ele deveria insistir para ocupar o cargo.
“Esse receio de eu estar dentro de uma comissão de ética passa a indicar de fato que é lá que eu devo estar”, finalizou.
Em seguida, o presidente da Casa, Fausto Martello, admitiu que existe interferência do Governo na Câmara há muito tempo. “O Lucas, assim como o ex-prefeito Paschoal Thomeu, o (Waldomiro) Pompeo há 50 anos atrás (sic) tem interferência no Poder Legislativo”, afirmou.
Apesar da denúncia e questionamentos de Mesquita, Gilvan permaneceu como o nome indicado do Republicanos para integrar a Comissão de Ética.