Opinião

Demóstenes, cada dia mais próximo da guilhotina

O senador Demóstenes Torres (sem partido) está com os dias contados no Congresso Nacional. Os fatores políticos convergem para sua cassação, que deve ocorrer em uma semana. Aos poucos, todos os entraves jurídicos vão sendo superados para se chegar à única conclusão possível. Nesta quarta-feira, os integrantes da Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovaram, por unanimidade (22  a 0), o parecer do senador Pedro Taques (PDT-MT) que verificou que o processo está sendo conduzido de forma legal e em respeito à Constituição.  


Passada esta etapa, o caso será votado em plenário pelos senadores, provavelmente já na próxima quarta-feira, dia 11.  O parlamentar goiano pode perder o mandato pela acusação de quebra de decoro parlamentar pelo envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro sob a acusação de comandar um esquema de corrupção, que incluía exploração de jogos ilegais, pagamentos a policiais e trocas de favores com políticos e empresários.


Demóstenes não compareceu à reunião da CCJ e seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, fez sua defesa. O advogado afirmou que o senador é vítima de um prejulgamento baseado em provas ilegais e em vazamentos “criminosos”. Kakay disse que as escutas telefônicas que apontam a relação entre Demóstenes e o contraventor Carlinhos Cachoeira foram feitas “de forma ilegal e inconstitucional”. Ele declarou também que o senador foi prejudicado pelo “vazamento de informações criminoso, diário e dirigido para que houvesse um prejulgamento nesse processo”.


 Demóstenes continuará se manifestando sobre o processo por meio de discursos em plenário. O senador já havia dito que vai se defender na tribuna da Casa todos os dias até 11 de julho, data prevista para o julgamento final de seu processo. Por mais que fale e use o argumento de que as escutas foram obtidas de forma ilegal, não conseguirá convencer ninguém de que usou seu mandato – dado pelo povo – em benefício próprio. Assim, não restará outra saída que a guilhotina, ou melhor, em um estado democrático a cassação do mandato.

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