Deputada do PSOL pede a Aras e a Alexandre que revelem se Zambelli é investigada

Em ofensiva contra a indicação de Carla Zambelli (PSL-SP) para a Secretaria de Comunicação da Câmara, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) protocolou ofícios ao procurador-geral da República Augusto Aras e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, solicitando que ambos declarem se a fiel escudeira do presidente Jair Bolsonaro é investigada no inquérito das fake news. Os documentos foram enviados nesta quinta, 11.

Zambelli prestou depoimento na investigação em junho do ano passado. Na ocasião, ela afirmou que não respondeu às perguntas da Polícia Federal e acusou o inquérito de ser inconstitucional.

"Não respondi nenhuma delas perguntas, porque nenhuma delas era factual", afirmou. Aberto em março de 2019, o inquérito apura esquema de difusão de fake news, ameaças e ofensas dirigidas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares. A investigação corre sob segredo de Justiça.

No ofício enviado a Aras e Moraes, Sâmia Bomfim destaca que Zambelli – ainda não formalmente indicada ao cargo – já atua como se estivesse no comando da Secretaria de Comunicação, declarando em entrevistas qual será o seu projeto uma vez que assumir o posto. Entre as atribuições do cargo estão gerenciar e definir a linha editorial da TV, Rádio e Agência Câmara.

"Seria temerário supor que uma pessoa investigada por integrar organização financiada para o fim de orquestrar a fabricação e divulgação, em grande volume, de notícias falsas (cujo teor é orientado para desprestigiar e desestabilizar um dos Poderes da União, em contundente atentado ao Estado Democrático de Direito,, constituinte de nossa República), possa, ao arrepio de tão relevante procedimento investigatório, ocupar a direção da SECOM", afirmou Sâmia.

A deputada do SPOL afirma que Zambelli passa muito ao largo de ser pessoa possuidora de ilibada reputação e não seria a indicação mais competente para a Secretaria de Comunicação da Câmara. Nos ofícios, Sâmia pede que Aras e Moraes tornem público a condição da parlamentar no inquérito e que oficiem isso ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Os ofícios de Sâmia se somam a outros pedidos movidos pela oposição contra Zambelli na comunicação da Câmara. Na quarta-feira, 3, os deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) pediram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que levante o sigilo de duas investigações que atingem as bolsonaristas: os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, que investiga a organização e o financiamento de manifestação contra as instituições e a democracia.

<b>COM A PALAVRA, CARLA ZAMBELLI</b>

Procurado pela reportagem, o gabinete da deputada Carla Zambelli não quis se manifestar.

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