Na tentativa de explicar a denúncia de que houve falsificação de assinatura de um documento encaminhado ao Conselho de Ética, o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) disse que não há falsificação de sua firma.
Ele explicou nesta quarta-feira, 9, aos colegas que faz tratamento psicológico, que toma medicação forte e que, por essa razão, deixou documentos já assinados para eventualidades. Ele contou que, na ocasião que assinou o documento, estava sob efeito de álcool e que havia tomado medicamentos controlados. “Tomo remédio tarja preta e na quinta-feira bebi um pouco. Na sexta-feira, assinei esses documentos”, declarou.
Gurgel disse que trata há mais de três anos de insônia, que o departamento médico da Câmara pode comprovar que ele faz esse tratamento e que hoje, inclusive, está de licença médica. Ele insistiu que não cometeu nenhum crime. “A assinatura é minha, não falsifiquei a assinatura de ninguém”, afirmou.
O jornal Folha de S.Paulo consultou dois peritos que atestaram a falsidade da assinatura de Gurgel. Na noite da votação do parecer que deu continuidade ao processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Gurgel encaminhou uma carta de renúncia ao cargo de membro titular do colegiado.
Na ocasião, o próprio líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL), assumiu a função para assegurar que o voto favorável a Cunha fosse mantido. O parecer contra o peemedebista foi aprovado por 11 votos a 10.
Segundo o parlamentar, ele havia assinado às pressas uma série de cartas, inclusive de renúncia, quando estava no aeroporto de Brasília para viajar numa sexta-feira anterior à votação do colegiado.
“Deixo no meu gabinete para que não aconteça esse tipo de problema”, afirmou. Ele disse que passou a vaga para o líder do PR para fazer valer sua vontade de votar a favor de Cunha. “Eu queria que meu direito de voto fosse expressado da maneira que penso”, justificou.
Ele afirmou que mesmo de licença, veio dar explicações aos colegas. Sua licença de duas semanas acaba na próxima sexta-feira. O deputado disse não temer que o episódio culmine com sua cassação. “Para cassar tem que ter provas”, afirmou o parlamentar, minimizando os exames grafotécnicos. “É a palavra deles contra a minha. Eu considero que eu assinei”, respondeu.