Preferido do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR), para relatar os recursos do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra o processo disciplinar concluído na última terça-feira, 14, no Conselho de Ética, o deputado Evandro Gussi (PV-SP) declinou do convite.
Gussi alegou motivos de saúde e disse que não poderia se comprometer com a celeridade dos trabalhos que a relatoria do caso exige. “Nunca recusei nenhum projeto da CCJ. Não teria problema em relatar esse. Meus padrões são técnicos”, disse ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado. Ele negou desconforto em relatar os recursos do peemedebista.
“Debate nunca me assustou”, emendou. Quando recebeu a ligação de Serraglio mais cedo, o deputado explicou que estará de licença nas próximas semanas para tratar de um problema na coluna. Gussi negou que seja um aliado de Cunha, disse que sua relação com o presidente afastado da Câmara sempre foi institucional e que na eleição para a presidência da Casa, em fevereiro do ano passado, votou em Júlio Delgado (PSB-MG).
Advogado e doutor em direito constitucional, o deputado ressaltou que não tem nenhum vínculo com Cunha, portanto, teria uma atuação imparcial na condução do caso se aceitasse a relatoria. “Não tenho compromissos outros que não sejam com a verdade”, respondeu.
Nesta quarta-feira, 15, o Conselho de Ética comunicou a Mesa Diretora sobre o fim do processo de Cunha no colegiado e a aprovação do relatório que pede a cassação do mandato parlamentar. No despacho, o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), informa sobre os cinco dias úteis de prazo para que Cunha recorra à CCJ. Com o comunicado oficial, a expectativa é que o Diário Oficial da Câmara publique nesta quinta, 16, o resultado dos trabalhos do conselho, dando assim início à contagem do prazo para recurso.