Cidades

Desapropriação ainda gera insegurança no Novo Portugal

Área fica muito próxima de nova pista de taxiamento do aeroporto

Com o processo de desapropriação em andamento, os moradores do Jardim Novo Portugal estão inseguros sobre a desapropriação, que deve ser concluída em 2012, em razão da proximidade de algumas casas do bairro com a pista de taxiamento de aeronaves, denominada PR-A, do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), por medida de segurança, tanto para a população, quanto para a aviação, é necessário que essa área, que fica localizada muito próxima da pista de taxiamento de aeronaves, seja desabitada. A estatal nega que o espaço será utilizado para construção da terceira pista.

"Está difícil lidar com essa situação que traz muita insegurança. Ninguém vem dar satisfação para nós. Quero saber o que vai acontecer", desabafa o soldador, Alecivaldo de Jesus, 35 anos, morador da rua Benfica. Jesus comenta que funcionários da Infraero fizeram marcações nas moradias que serão desabitadas. "Minha casa está demarcada com uma sequência numérica, que eu não sei o que significa e ninguém explica nada".

A Infraero informa que uma empresa foi contratada em 2009 para fazer o cadastramento das famílias que serão desapropriadas. A codificação serve para identificar todas as residências cadastradas no processo de desapropriação.

O aposentado Raimundo Soares da Silva, 78 anos, mora na rua Mamanguape há 16 anos e diz que só sai da residência se lhe pagarem o valor merecido. "Minha casa vale R$ 150 mil, caso receba esta quantia deixo o lugar. Do contrário não saio".

Alexandre dos Santos, 42 anos, é comerciante de um bar na esquina da rua Mamanguape com a Estrada Guarulhos de Nazaré. Santos reside nos fundos do estabelecimento comercial há 40 anos e se sente prejudicado com a desapropriação. "Não tenho a mínima ideia sobre onde vou passar a morar e instalar meu comércio."

De acordo com a Infraero, o processo de desapropriação está em andamento. O início das audiências está previsto para este semestre e devem ser concluídas em 2012. A estatal prevê apoio da Caixa Econômica Federal para inserir as famílias no programa Minha Casa Minha Vida.

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