Opinião

DEZESSETE VEZES O TEMPO

Coluna do jornalista Ernesto Zanon sobre o tempo que se passou e o novo período que se inicia.

O tempo passa… E a gente vai junto. Acumulando idade e sabedoria. Muitos não aprendem com o tempo. Pioram. Mas sempre é possível acreditar que dá para ser melhor do que ontem. Talvez pior do que amanhã.

É tempo em que o calendário se prepara para pular um ano à frente. Em questão de um segundo, 2013 – que até pouquíssimo tempo (olha ele aqui de novo) era o ano novo – ficou velho. Agora, as honras são para 2014 que, tenham certeza, logo logo passará desta para melhor. Faz parte do ciclo. Do óbvio.

Como se trata de tempo, nos acostumamos com a máxima de que não temos tempo a perder. Por isso, acreditamos que tempo é dinheiro. E assim, devemos usa-lo da melhor forma possível. Como se vive em função do tempo, cada minuto perdido parece ser o fim do mundo. Perdemos o tempo e a paciência. Não suportamos mais esperar. É assim no trânsito, na fila do supermercado, no banco, no acesso à internet, na mulher que não fica pronta nunca etc etc e etc…

Por essas e outras, nos tornamos mais intolerantes também. Qualquer coisa que fuja à normalidade já é suficiente para bater o estresse. E quando isso passa – sempre passa – percebemos que perdemos muito tempo por nada. Sofremos por antecedência. Envelhecemos antes da hora. Perdemos.

E acabamos chegando a conclusões óbvias. Podemos recuperar quase tudo que perdemos. Menos o tempo. O tempo fica para trás. Assim como o ano. Os anos. Os séculos. As pessoas que amamos. A vida.

Que o ano novo – logo velho – que chega seja um tempo de transformação. Que seja um tempo ganho. Que seja repleto de conquistas. De acúmulo de idade, experiência e – acima de tudo – sabedoria. O tempo é o senhor da razão. Ele também é implacável. E não volta para trás. Nós sim podemos dar um passo atrás. Muitas vezes para rever atitudes, reparar erros, arrepender-se (por que não?). Podemos nos reinventar.

Para que não percamos mais tempo, vamos seguir adiante. Pensando no que há de vir, mas – principalmente – vivendo os momentos. Não deixe para amanhã (parece lugar comum). Façamos não hoje. Façamos agora. O depois pode ser tarde. Pode não dar tempo.

 

 

Posso ajudar?