Dois dias após receber o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apurou crimes e violações de direitos humanos que ocorreram no período de 1946 a 1988 – com foco na ditadura militar (1964-1985) -, a presidente Dilma Rousseff defendeu o fortalecimento das Forças Armadas brasileiras. “O Brasil é um País pacífico e assim continuará. Isso, no entanto, não significa descuidar de nossa defesa ou abdicar de nossa capacidade de dissuasão”, disse Dilma, tendo a seu lado o ministro da Defesa, Celso Amorim, e os comandantes dos três organizações militares: Marinha, Exército e Aeronáutica.
“Nossa capacidade de ampliar (a defesa) será tanto maior quanto mais bem equipadas estiverem nossas Forças Armadas e mais forte nossa indústria da defesa. Temos um patrimônio muito valioso para proteger”, acrescentou Dilma, em discurso na cidade de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A presidente participou da inauguração do prédio principal do estaleiro de construção dos submarinos, integrante do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), onde foi recebida cordialmente pelos militares e aplaudida de pé pelo menos duas vezes por todos os presentes.
Acompanhada também pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e pelo diretor-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, Dilma ressaltou que a modernização das Forças Armadas é um passo de um “necessário e estratégico processo”. Representavam ali as autoridades militares o comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, o comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Juniti Saito, e o comandante do Exército, general Enzo Peri.
“Um segundo objetivo estratégico para os investimentos que estamos realizando aqui é fazer de nossa indústria da defesa um vetor de inovação e de expansão da indústria do nosso País. Nós aprendemos com os países desenvolvidos que o poder de compra e os processos de modernização e reequipagem podem e devem ser instrumento a favor do desenvolvimento do nosso País”, afirmou Dilma.
A presidente ainda ressaltou o potencial de transferência tecnológica e de formação de profissionais, empregando também mão de obra local, com o investimento realizado na região. “Aqui em Itaguaí nós estamos fazendo exatamente isso. Nossa parceria estratégica com a França nos garante transferência de tecnologia e formação profissional”, disse.
“Estamos produzindo mais tecnologia, mais inovação, mais desenvolvimento industrial e sobretudo mais empregos no Brasil. Porque produzir mais empregos é um compromisso que devemos ter com nossa população, empregos de qualidade e que queremos cada vez mais que contemplem a população brasileira”, acrescentou a presidente.
O conteúdo nacional empregado na obra, que integra o Prosub (programa de mais de R$ 28 bilhões), atingiu cerca de 95% de toda a construção do prédio principal, segundo o comandante da Marinha.