O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou que a volta ao governo da presidente da República afastada, Dilma Rousseff (PT) seria um “pesadelo completo”. “Não vejo cenário para o Brasil de superinflação e a ideia da Dilma voltar seria um pesadelo completo. Mesmo quem ache que o presidente em exercício Michel Temer é ruim, seria pior voltar atrás”, disse, em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura.
O chanceler se mostrou contra a realização de novas eleições diretas, afirmando que o País não tem preparação para isso nem está previsto na constituição. “Tem que ter o mínimo de calendário”, disse, ressaltando que o governo Temer tem que se sair bem “por causa do Brasil”.
Questionado sobre se todos os partidos estão “no mesmo balaio” de corrupção, já que a Lava Jato está atingindo não só o PT, Serra discordou. “Nem acho que todos estão 100% passíveis de erros. Se existe denúncia, tem que haver investigação”, falou, sem palpitar se há risco do PSDB de São Paulo ou mesmo o governador do Estado, Geraldo Alckmin, serem citados na Operação. “Não dá para especular sobre isso”, falou.
Especificamente sobre Aécio Neves, Serra afirmou que ele terá uma oportunidade para esclarecer que o que foi falado dele não é verdadeiro. “Não acho que Aécio esteja fora do páreo para 2018 e na política. Até agora não apareceu prova nenhuma”, disse. Novamente questionado se estaria pensando em se candidatar nas eleições de 2018 caso se saia bem como ministro, Serra diz não sonhar com conjecturas.
Os entrevistados insistiram também para que o ministro comentasse sobre o eventual candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, João Doria Jr., mas ele não emitiu qualquer opinião. “O PSDB ainda não definiu seu candidato. Não vou apoiar candidato de outro partido, mas o resultado de quem será a pessoa ainda não está definido. Vamos ver o que vai acontecer”, disse. Ele apenas comentou que Andrea Matarazzo, provável candidato do PSD, após sair do PSDB, é “um homem bem preparado”.
Sobre Temer, Serra afirmou que ele tem um estilo e que sabe jogar politicamente. “O governo dele implica em concessões e também com ganhos”, declarou.