Cidades

Diretor do HMU diz que bactéria é inofensiva em pessoas saudáveis

O Hospital Municipal de Guarulhos (HMU) segue fechado por causa da contaminação pela bactéria multirresistente acinetobacter baumannii. Segundo Denilson Calore, diretor da UTI do hospital, essa bactéria, geralmente, é inofensiva em pessoas saudáveis, mas pode trazer complicações para pacientes com quadros mais graves.
 
Nos últimos dois meses, quatro pacientes do hospital, que estavam com a saúde muito comprometida, morreram por complicações em razão dessa bactéria. “As infecções hospitalares são comuns em qualquer hospital. Essa bactéria existe nas torneiras dos hospitais, nas mãos das pessoas e não causa infecção, na verdade elas só colonizam. Acontece que alguns [pacientes] que são já muito deficientes, com AVC [Acidente Vascular Cerebral], múltiplos derrames ou doença pulmonar crônica, como enfisema pulmonar, podem adquirir a infecção sim”, explicou o médico.
 
Desde esta terça-feira, 30 pacientes que estavam internados no pronto-socorro foram transferidos para outros hospitais da região. Os 70 pacientes internados na enfermaria, ala que não foi afetada pela bactéria, permanecem no hospital. Por prevenção, porém, todo o hospital foi fechado para realização da chamada limpeza terminal, uma desinfecção completa para eliminar a bactéria.
De acordo com Denilson Calore, a bactéria foi descoberta durante exames de rotina para identificar a existência de infecção hospitalar. Na segunda-feira (22), a Vigilância Sanitária confirmou a presença da acinetobacter baumannii e determinou que a limpeza terminal fosse feita. A previsão é que o hospital reabra apenas na sexta-feira (26).
 
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos informou que foram coletados exames de todos os pacientes que ocupavam a ala de observação do pronto-socorro para identificar possíveis infecções pela bactéria. Os resultados ficarão prontos na próxima semana.
 
Na manhã desta quarta-feira, funcionários do hospital barravam a entrada de pacientes e familiares. José Rubens da Silva, aposentado, estava preocupado, pois tinha marcada a retirada de um exame para hoje e a consulta com cardiologista amanhã. “Aqui é dificílimo marcar consulta. Eu fui encaminhado pelo posto de saúde, marquei com a cardiologista daqui. Geralmente demora muito, para quem já faz acompanhamento, demora na faixa de 30 dias [a marcação da consulta]”, lamentou.
 
A orientação aos pacientes é que, em casos de urgência e emergência, procurem outras Unidades de Pronto Atendimento da região. Exames e consultas de rotina serão reagendados.
 

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