O diretor do departamento de promoção comercial e investimentos do Ministério das Relações Exteriores, Rodrigo Azeredo, defendeu nesta segunda-feira, 15, a concessão de créditos e garantias às exportações por parte dos órgãos públicos brasileiros. Segundo ele, existem muitas “falácias” na mídia sobre o assunto, com críticas por exemplo à atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em obras no exterior.
Durante seminário “Uma Agenda para Dinamizar a Exportação de Serviços”, hoje em São Paulo, Azeredo falou sobre o papel dos bancos de fomento à exportação e importação (Eximbanks), cujas funções no Brasil são executadas pelo BNDES e o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), e que atuam em lacunas do setor privado.
Segundo ele, apesar de o assunto parecer novo, os Eximbanks são instituições centenárias e todos os países do mundo, mesmo os desenvolvidos, financiam exportações de longo prazo para garantir empregos no mercado doméstico. Azeredo mostrou dados segundo os quais os créditos e garantias às exportações na China entre 2008 e 2012 ficaram em média em US$ 45,2 bilhões ao ano. Na sequência aparecem os Estados Unidos, com US$ 18,6 bilhões. O Brasil está bem distante, com US$ 2,24 bilhões.
“Estamos muito aquém dos nossos principais competidores. O Brasil tem colocado recursos baixos ante o visto em outros países. É uma falácia dizer que o Brasil coloca muito dinheiro nesse tipo de operação. Estamos sendo mais restritivos do que as práticas internacionais nos permitiriam fazer”, afirmou. Outro argumento usado pelo representante do Itamaraty é que os recursos liberados pelo BNDES para esse tipo de operação representam menos de 5,5% do total de desembolsos do banco. Além disso, esse volume significa que a instituição apoia menos de 1% das exportações totais brasileiras de longo prazo, de maior valor agregado.
Ele também defendeu o apoio às exportações, inclusive de serviços de engenharia, mesmo com tantos gargalos de infraestrutura dentro do Brasil. “Essa é uma contradição que não existe. Não são opções excludentes e sim muitas vezes complementares. Os financiamentos das exportações são rubricas distintas do apoio oficial a investimentos dentro do Brasil”, afirmou.